Grupo armado reivindica sequestro de 18 turcos em Bagdá e ameaça Ancara

  • Por Agencia EFE
  • 11/09/2015 14h20

Bagdá, 11 set (EFE).- Um grupo armado até agora desconhecido reivindicou nesta sexta-feira o sequestro de 18 trabalhadores turcos no início do mês em Bagdá e ameaçou Ancara, garantindo que destruiria “os interesses turcos e seus agentes no Iraque” se suas reivindicações não forem atendidas.

Os autodenominados Grupos da Morte transmitiu um vídeo de três minutos de duração no qual aparecem os operários sentados e atrás deles, de pé, cinco homens armados, mascarados e vestidos de preto.

No fundo da cena se vê um cartaz no qual está escrito, em árabe, “Grupos da Morte” e uma oração xiita.

No início da gravação, os sequestrados se identificam e pedem que o governo turco atenda às reivindicações de seus sequestradores.

A primeira destas exigências, divulgadas por escrito no mesmo vídeo, é que a Turquia impeça a entrada de terroristas ao Iraque através de seu território.

Outra das reivindicações é que a região autônoma do Curdistão iraquiano não exporte petróleo por território turco, porque é um petróleo “roubado”, segundo a nota.

O grupo também pede a Ancara que pressione os rebeldes sírios sunitas para que suspendam seu bloqueio sobre os povoados xiitas de Al Fua e Kefraya, no norte da Síria, e permitam a chegada de ajuda a essas localidades.

“Se (o presidente turco, Recep Tayyip) Erdogan e seu partido (o AKP) não responderem, destruiremos os interesses turcos e seus agentes no Iraque por meio dos métodos mais violentos”, advertiram os Grupos da Morte.

O sequestro dos operários aconteceu no último dia 2 e foi realizado por um grupo de homens armados vestidos de preto que se deslocava em 20 caminhonetes.

Os sequestradores invadiram uma das sedes das companhias turcas encarregadas de construir um estádio de futebol no bairro de maioria xiita de Cidade de Sadr, no leste de Bagdá, e retiveram os funcionários, antes de levar os 18 trabalhadores.

As forças armadas iraquianas, apoiadas por milícias xiitas, enfrentam desde junho de 2014 o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que se apoderou de amplas áreas do Iraque e da Síria, nas quais proclamou um califado.

Os xiitas acusam países como Turquia, Arábia Saudita e Catar de financiar grupos extremistas de confissão sunita. EFE

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