Grupo egípcio leal ao EI reivindica ataque que matou mais de 30 soldados
Cairo, 15 nov (EFE).- O grupo jihadista egípcio Ansar Beit al Maqdis reivindicou a autoria de um ataque ocorrido em outubro que causou a morte de mais de 30 soldados no norte do Sinai e confirmou que considera essa região uma província do califado do Estado Islâmico (EI).
Em um vídeo divulgado nas últimas horas pela suposta nova conta oficial do grupo no Twitter, aparece o suposto suicida que teria cometido o atentado e imagens da explosão e de dezenas de corpos de militares.
O homem, que um subtítulo identifica como “o mártir que atacou o posto militar de Karam al Qawadis”, faz ameaças ao exército do Egito e ao presidente do país, Abdel Fatah al Sisi, a quem tacha de “servo dos judeus”.
“Vamos ser as espadas que cortarão vossas cabeças, mãos e pernas. Vamos ser os carros-bomba que vão destruir vossos tronos e vossas fortalezas”, diz o suposto suicida.
Em seguida, o vídeo – de meia hora de duração – exibe o veículo conduzido pelo suicida explodindo no citado posto militar, além de outros terroristas a caminho do local em caminhonetes e carregando fuzis e lança-granadas. No quartel, totalmente destruído, eles matam os soldados que tinham sobrevivido, e apreendem suas armas.
Um líder do grupo, que não se identifica, anuncia que “agora sim começou a guerra” e diz aos soldados egípcios que serão mortos.
“Este exército ultrapassou todos os limites”, afirma o extremista, que acusa Sisi de “ser um faraó, matar crianças e mulheres, e bombardear casas”.
O homem alerta que o EI não vai ter piedade dos que “pertencem às fileiras deste tirano infiel” e jura aos membros do grupo que estão presos que não se esqueceram deles e que vão libertá-los.
O vídeo também mostra imagens de explosões, por controle remoto, de veículos policiais e militares, um ataque com morteiros contra o quartel de Al Zuhur, além da execução de várias pessoas.
Além disso, exibe um ataque ao gasoduto que fornece gás à Jordânia e revela que foi realizado como “castigo” pela participação desse país na coalizão internacional que bombardeia bases do EI na Síria e no Iraque.
Esse vídeo é o primeiro que o EI divulgou depois de, na quinta-feira passada, em uma gravação atribuída a Baghdadi, ter sido anunciada a expansão do califado do grupo aos países do Golfo Pérsico e o Norte da África, entre eles o Egito, onde outras organizações radicais teriam lhe jurado lealdade.
Desde a queda do presidente islamita Mohammed Mursi, em julho de 2013, aumentaram os ataques no Egito ao exército e à polícia, sendo o mais grave até agora o do posto militar de Karam al Qawadis. EFE
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