Grupo jihadista reivindica assassinato de blogueiro em Bangladesh
Nova Délhi, 7 ago (EFE).- Um grupo jihadista denominado Ansar al Islam reivindicou nesta sexta-feira o assassinato do blogueiro Niloy Neel em Daca, o quarto crime deste tipo neste ano contra ativistas contrários ao fundamentalismo religioso em Bangladesh, informou o jornal “Daily Star”.
O jornal informou em seu site que o Ansar al Islam, grupo bengalês que se identifica com a Al Qaeda, reivindicou a morte do “blasfemo” Niloy Neel, em mensagem enviada aos meios de comunicação em Bangladesh, o que não pôde ser verificado independentemente.
O blogueiro, de 40 anos, foi assassinado por volta de meio-dia, local (3h, em Brasília) em sua casa na zona de Gorhan Norte por cinco desconhecidos, disse o porta-voz policial Mustafizur Rahman ao portal digital “Bdnews24”.
Imran Sarker, porta-voz do movimento Gonojagoron Moncho, que pede a execução de líderes islamitas acusados de cometer crimes durante a guerra de 1971 que derivou na independência de Bangladesh, confirmou a notícia em sua página de Facebook.
“#NiloyNeel escrevia pelos direitos das mulheres, dos indígenas e todas as minorias. Era crítico ao extremismo religioso. Era ameaçado com frequência por insurgentes islâmicos que querem destruir este país com o terrorismo”, afirmou o ativista.
Desde fevereiro, foram assassinados, além disso, outros três blogueiros críticos ao fundamentalismo islâmico: Ananda Bijoy Das, em meados de maio; Washiqur Rehman Babu, no final de março, e Avijit Roy, em fevereiro.
Em junho, a polícia deteve o fotojornalista Idris Ali por sua suposta relação com o assassinato de Bijoy Das.
As autoridades do país vinham apontando até agora o grupo extremista Ansarullah Bangla Team (ABT) como principal suspeito destes crimes.
De fato, o governo de Bangladesh ilegalizou em 25 de maio ao ABT no meio de críticas por não oferecer suficiente proteção ao coletivo de blogueiros ateus.
Em Bangladesh, cerca de 90% de seus 160 milhões de habitantes são muçulmanos, embora parece haver um clima de moderação e não foram registrados níveis de violência islamita comparáveis aos de outros países da região. EFE
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