Grupo pede que Justiça considere orangotango como “pessoa não humana”
Buenos Aires, 19 nov (EFE).- A orangotango Sandra é a protagonista involuntária de uma nova denúncia contra o zoológico de Buenos Aires por parte de um grupo ambientalista que pediu à Justiça sua libertação por considerar que este animal é uma “pessoa não humana” submetida a condições de “escravidão”.
Sandra está há mais de 20 anos no zoológico de Buenos Aires, sozinha e em um estado permanente de estresse, denunciou nesta quarta-feira à Agência Efe o presidente da Associação de Funcionários e Advogados pelos Direitos dos Animais (Afada), Pablo Buompadre.
Para Buompadre, Sandra, como outros grandes primatas, se inclui na categoria de “pessoas não humanas”, motivo pelo qual a Afada apresentou perante a Justiça um “habeas corpus” pedindo sua libertação.
Até agora, a Afada não conseguiu que a Justiça argentina apoie sua teoria porque considera que Sandra é um orangotango e não uma pessoa, mas conseguiu que ordene uma investigação para comprovar se a lei de proteção de animais é descumprida no zoológico.
Buompadre, que não concorda com a opinião dos juízes, se perguntou “o que abrange o conceito de pessoa?”, convencido que os orangotangos têm uma grande similaridade com os seres humanos: “Somos praticamente primos”.
No zoológico de Buenos Aires, Sandra “não tem nenhum tipo de adequação ambiental a seu redor nem conta com nenhum animal de sua espécie com o qual compartilhar seu tempo”, lamentou.
Segundo sua opinião, Sandra é uma prova a mais da “escravidão” que sofrem distintas espécies animais neste tipo de parques temáticos, onde são exibidas como “coleções” unicamente “com fins comerciais”.
A polêmica de Sandra é a mais recente que atinge o zoológico da capital argentina, alvo de denúncias e críticas de grupos ambientalistas por casos como o do urso polar Winner, que morreu em suas instalações na noite do dia 24 de dezembro de 2012 por hipertermia e estresse. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.