Grupo pró-golpistas invade hotel de mediadores da crise em Burkina Fasso

  • Por Agencia EFE
  • 20/09/2015 10h59
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Ouagadogou, 20 set (EFE).- Um grupo de apoiadores da junta golpista que assumiu o poder em Burkina Fasso invadiu o hotel em Oaugadogou, capital do país, onde os mediadores da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao) tentam fechar um acordo para restaurar o governo de transição, informou neste domingo a imprensa local.

Vários jornalistas e representantes da sociedade civil que estavam no local teriam sido agredidos pelos manifestantes. Por isso, as forças de segurança interviram e dispersaram o grupo.

A expectativa é grande no local, já que está previsto um anúncio conjunto dos presidentes do Senegal, Macky Sall, e de Benin, Boni Yayi, do general golpista, Gilbert Diendéré, e do presidente do governo de transição, Michel Kafando, sobre a volta de um regime civil.

Em entrevista coletiva realizada na noite de ontem, Yayi não deu detalhes sobre um possível acordo, se limitando a dizer que uma “boa notícia” seria anunciada hoje.

“Vamos relançar a transição que estava em andamento, uma transição dirigida por civis, com Michel Kafando”, disse o presidente de Benin.

Por sua vez, o general Dienderé declarou, após a reunião que sempre afirmou não desejar se “perpetuar no poder”. Um acordo, porém, dependia dos termos negociados pelo grupo.

Na última quinta-feira, um grupo de militares da guarda presidencial dissolveu o governo e proclamou Dienderé, chefe do Estado-Maior durante o regime do ex-ditador Blaise Compaoré, como presidente do conselho golpista.

Eles acusam a administração interina de “desestabilizar o país”, mas lamentaram, sobretudo, que “as medidas de exclusão” impostas para vetar a candidatura de pessoas ligadas a Compaoré.

O golpe de Estado, o sexto da história do país desde a independência da França, em 1960, truncou a transição democrática que estava ocorrendo em Burkina Fasso. EFE

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