Grupo usa GPS para proteger leopardo das neves no Nepal
Manesh Shrestha.
Katmandu, 20 jan (EFE).- Os ambientalistas esperam que a colocação de um colar com um Sistema de Posicionamento Global (GPS) em um exemplar de leopardo das neves no Nepal ajude a encontrar um modo de proteger a espécie em risco de extinção.
Estima-se que há cerca de seis mil exemplares deste animal no mundo. Do total, entre 400 e 500 estão no Nepal, que figura entre a dúzia de países do centro e do sul da Ásia onde se detectou a presença do felino de característica pele branca com manchas pretas.
“Tudo o que sabemos do leopardo das neves nos Himalaias está baseado em conjeturas”, disse à Agência Efe Maheshwar Dhakal, ecologista do Departamento de Parques Nacionais e Conservação do Ministério de Conservação de Florestas e do Solo.
“Mas com o colar localizador em um animal podemos obter dados científicos que nos ajudarão a desenvolver políticas para protegê-los”, explicou.
O leopardo das neves vive a uma altitude entre 4.000 e 4.900 metros no norte do Nepal. Em 25 de novembro um foi capturado – batizado de Ghanjenjunga em homenagem a uma divindade local – aos pés da terceira montanha mais alta do mundo, o Kanchenjunga.
Para capturá-lo foram distribuídas 16 armadilhas especiais elaboradas nos Estados Unidos e monitoradas através de rádios por um grupo de biólogos, veterinários e técnicos, explicou Narendra Man Babu Pradhan, coordenadora de Desenvolvimento, Pesquisa e Monitoramento no Nepal do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), organização que forneceu apoio técnico.
“Começamos colocando armadilhas em 13 de novembro com a esperança de capturar um leopardo”, disse à Efe Narendra.
“Em 25 de novembro às 6h da manhã recebemos um sinal em nosso campo que indicou que tínhamos capturado um animal”, afirmou. Um dos membros da equipe foi até o local da armadilha e confirmou a captura.
O leopardo, de 40 quilos e 193 centímetros, foi tranquilizado com um dardo, um trabalho árduo por causa do forte vento, o que dificultou o trabalho do atirador para acertar o pescoço ou a coxa a uma distância de oito metros.
“Uma hora depois, liberamos o animal com o colar com GPS colocado”, disse a coordenadora do WWF.
A cada quatro horas, o colar transmite para dois computadores em Katmandu dados como a posição, a temperatura do lugar onde se encontra, a altitude e os movimentos do corpo.
“Com estas informações do leopardo branco podemos saber sua categoria de movimentos e quais são seus hábitos de caça”, afirmou o ecologista Dhakal.
“Isto nos ajudará a desenvolver políticas com as quais poderemos criar condições para seu desenvolvimento, como a arborização e plantio de mudas que farão com que haja mais presas”, acrescentou.
O leopardo percorreu uma área de 80 quilômetros no mês em que esteve com o GPS.
De acordo com Narendra, a colocação do colar já foi realizada em outros países onde há exemplares do animal, como Mongólia e Paquistão, mas esta é a primeira vez em que é realizada nos Himalaias. O colar foi desenvolvido para se soltar do animal em 2015.
“Precisamos monitorar o leopardo por um ano inteiro para obter a informação de um ciclo”, disse Narendra.
“Temos planos para colocar GPS em mais três animais em 2014”, acrescentou.
Apesar do GPS, os dados terão que ser verificados com estudos no terreno.
A conservação do leopardo das neves é feito com a comunidade local e com “cidadãos cientistas” da região que são treinados desde 2007. EFE
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