Grupos contrários a imigrantes bloqueiam chegada de 150 menores à Califórnia

  • Por Agencia EFE
  • 01/07/2014 21h55
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Ana Milena Varón.

Murrieta (EUA), 1 jul (EFE).- Um grupo de manifestantes do coletivo Minuteman impediu nesta terça-feira a chegada de três ônibus com cerca de 150 menores imigrantes ao centro de processamento da Patrulha Fronteiriça em Murrieta, no interior da Califórnia, como pôde comprovar a Agência Efe.

Diante do bloqueio e de um possível confronto, as autoridades americanas decidiram dar marcha à ré nos veículos e os imigrantes foram levados, por precaução, para outro centro de detenção.

Por razões de segurança, as autoridades federais não quiseram dizer onde os imigrantes dormirão a noite desta terça-feira, mas confirmaram que os ilegais serão processados no sul da Califórnia.

Esse primeiro grupo de imigrantes chegou em voos comerciais até San Diego para depois serem transferidos em vários ônibus até Murrieta.

Está prevista para a próxima sexta-feira a chegada de outra centena de imigrantes para serem processados.

A chegada de quase 50 mil menores imigrantes ilegais centro-americanos nos últimos meses ultrapassou a capacidade dos centros de detenção na fronteira dos Estados Unidos com o México, situação que a administração do presidente Barack Obama qualificou de “crise humanitária”.

No primeiro incidente sério que acontece por causa do realojamento dos menores centro-americanos, os coletivos anti-imigrantes bloquearam a passagem dos veículos com gritos e ameaças.

Em declarações à Agência Efe, Raymond Herrera, integrante da organização “We The People”, da Califórnia, responsabilizou a administração de Obama por essa “onda” de imigrantes ilegais.

“Obama está tornando isto maior, enviando a mensagem de que você pode vir aos Estados Unidos, seu processo será de 10 ou 15 anos, você não será deportado, tenham seus filhos americanos. Isto é uma invasão”, acusou Herrera.

Já organizações comunitárias também foram até as instalações em Murrieta para dar apoio aos imigrantes ilegais.

“Estamos concentrados em orientar e proporcionar ajuda aos imigrantes recém-chegados, vamos estar nas estações de Greyhound para que não sintam que estão sós, não vamos nos deixar levar pelas vozes de poucos, esta é uma nação de imigrantes e assim continuará sendo”, afirmou convicto Benjamin Wood, do Centro de Trabalhadores Rurais de Pomona (PEOC).

A chegada dos imigrantes ilegais ao sul da Califórnia fazia parte dos esforços das autoridades federais para descongestionar os centros da Patrulha Fronteiriça no Texas.

Segundo Lori Haley, porta-voz do Escritório de Imigração e Alfândegas (ICE), ao terminar o processamento dos imigrantes, as autoridades federais determinarão, caso a caso, se estão qualificados para serem libertados de acordo com as regras da Operação de Cumprimento de Alfândegas e Deportação (ERO), processo que dura em torno de 15 dias.

Também houve protesto contra as autoridades de imigração. Os ativistas fizeram um pedido para que as transferências de imigrantes ilegais sejam feitas de forma humanitária.

A preocupação com os imigrantes ilegais prestes a chegar a Murrieta também causaram expectativa na cidade.

O prefeito Alan Long convocou ontem uma reunião de emergência para conduzir a possível crise que a soltura dos imigrantes possa causar.

Segundo o chefe da polícia, Sean Hadden, os grupos de imigrantes poderiam chegar a cada 72 horas a Murrieta, e depois seriam libertados em pequenos grupos nas estações de ônibus em Perris, Riverside e San Bernardino.

Autoridades consulares de Guatemala, El Salvador e Honduras estão atentas para colaborar na identificação dos imigrantes e garantir que os direitos humanos não sejam violados.

A supervisora do Programa de Menores Não Acompanhados do Departamento de Saúde de EUA, Ivonne Velázquez, confirmou que a cidade de Port Hueneme hospeda 348 menores de idade, dos quais 135 (107 homens e 28 mulheres) são de origem guatemalteca. EFE

amv/cd

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