Guarda Costeira da Itália resgata mais de 4,5 mil migrantes no Mediterrâneo
Mais de 4,5 mil migrantes de várias nacionalidades foram resgatados neste sábado (19) no Mediterrâneo, quando tentavam atravessar para a Europa a partir da costa da Líbia. De acordo com a Guarda Costeira da Itália, foram 21 operações de salvamento.
O barco dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) resgatou mais de 800 pessoas que pretendiam chegar a Itália, assim como outros migrantes, recolhidos durante as operações de resgate.
“Começámos com os primeiros socorros antes do amanhecer. Resgatamos dois barcos de madeira e dois de borracha”, disse Simon Burroughs, coordenador das missões de socorro dos MSF.
Segundo Burroughs, entre os sobreviventes estão eritreus, nigerianos, somalis, líbios, sírios e cidadãos originários da África Oriental. Durante as operações, que ocorreram a cerca de 30 e 40 milhas náuticas da costa da Líbia, as equipas de resgate recuperaram os passageiros de 21 embarcações.
As operações foram realizadas por um navio da Marinha italiana, o barco “Bourbon Argos” dos MSF, um navio croata, que atua no âmbito da agência europeia Frontex, um navio britânico e um outro alemão no quadro da missão Eunavfor e a guarda costeira italiana.
O navio da guarda costeira “Dattilo” recuperou 1.137 pessoas de duas embarcações, enquanto outro navio, o “Corsi”, socorreu 137 pessoas de um barco inflável que estava esvaziando e no qual estava uma mulher morta.
A guarda costeira italiana disse ainda que 231 pessoas foram salvas enquanto os seus dois botes estavam em apuros.
Os MSF baseados em Beirute tinham anteriormente enviado vídeos para a AFP, mostrando centenas de pessoas vestidas com cores brilhantes a bordo do barco da associação, algumas abraçando-se e outras aplaudindo.
“Há [pessoas de] muitas nacionalidades (…). Felizmente, todas estão saudáveis”, informou, no vídeo, o porta-voz dos MSF, Sami al-Soubaihi, a bordo do barco, acrescentando que outra operação estava então em curso.
Sete corpos, incluindo o de uma criança pertencente ao mesmo grupo, também foram recuperados, de acordo com a guarda costeira da Líbia.
A Líbia, com os seus 1.770 quilómetros de costa, tornou-se uma porta para entrada de migração clandestina para a Europa. Os traficantes de pessoas tiram proveito do caos que reina no país, assolado pela violência e dividido entre dois governos rivais, devido à ausência de controlo nas fronteiras.
A ilha italiana de Lampedusa está localizada apenas a cerca de 300 quilómetros da costa da Líbia.
Mais de 430 mil migrantes e refugiados cruzaram o Mediterrâneo desde janeiro. Cerca de 2.750 perderam a vida ou estão desaparecidos, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
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