Guerras causaram deslocamento forçado de 5,5 milhões de pessoas em 2014
Genebra, 7 jan (EFE).- Os muitos conflitos que ocorrem no mundo, particularmente no Oriente Médio e na África, empurraram ao êxodo 5,5 milhões de pessoas na primeira metade de 2014, alertou nesta quarta-feira a ONU.
A estimativa faz parte de um relatório elaborado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Deste total, 1,4 milhão de pessoas fugiram para uma nação diferente (refugiados) e o restante são deslocados dentro das fronteiras de seu próprio país.
O Acnur afirmou que com este novo fluxo de deslocados e refugiados que necessitam assistência vital, o número total de pessoas que ajudava em meados de ano passado se elevava para 46,3 milhões no mundo todo, o que significa 3,4 milhões a mais do que no final de 2013.
Pela primeira vez, os sírios se transformaram no maior grupo ao qual o Acnur fornece assistência, superando os afegãos, que durante três décadas representaram a nacionalidade mais numerosa.
Com mais de três milhões de refugiados, segundo números de junho do ano passado, os sírios constituem 23% de todos os refugiados ajudados pelo Acnur em nível mundial.
Os palestinos refugiados no Oriente Médio não estão considerados nesta estimativa pois quem se ocupa deles é o Organismo da ONU para os Refugiados Palestinos, criado especialmente para este fim.
Embora os afegãos já não liderem o ranking dos refugiados, seguem como a nacionalidade que sofre com a situação por um período mais prolongado.
A Somália é o terceiro país de onde provém o maior número de refugiados (1,1 milhão), seguido do Sudão (670.000), Sudão do Sul (509.000), República Democrática do Congo (493,000), Mianmar (480.000) e Iraque (426.0000).
Em termos absolutos, Paquistão, que abriga 1,6 milhão de refugiados afegãos, mantém-se como o primeiro país receptor, seguido do Líbano (1,1 milhão), Irã (982.000), Turquia (824.000), Jordânia (737.000), Etiópia (588.000), Quênia (537.000) e Chade (455.000).
Líbano, Turquia e Jordânia sofreram nos últimos três anos o impacto direto da guerra civil na síria. Os três países abriram suas fronteiras para os cidadãos da nação vizinha.
No entanto, a situação mudou nos últimos dias no Líbano (onde um de cada cinco habitantes é agora sírio), que impôs agora a necessidade de visto de entrada para os vizinhos.
Se for considerado o tamanho da população nacional, o Líbano e a Jordânia passaram a ser, como consequência da crise síria, os países que mais refugiados abrigam em termos comparativos.
O organismo da ONU só ajuda os deslocados internos em países cujos governos solicitam auxílio. EFE
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