Guerrilheiro timorense Mauk Moruk morre em confronto com a Polícia

  • Por Agencia EFE
  • 10/08/2015 00h38

Sydney (Austrália), 10 ago (EFE).- As autoridades do Timor-Leste reforçaram a segurança na capital Díli para a chegada do corpo do líder guerrilheiro Mauk Moruk, morto neste fim de semana em uma operação policial, informou nesta segunda-feira (data local) a imprensa local.

Mauk Moruk era o líder do Conselho Revolucionário Maubere, uma cisão do Falantil, principal grupo da resistência timorense à ocupação indonésia liderada pelo ex-primeiro-ministro do país, Xanana Gusmão.

O guerrilheiro, velho rival de Gusmão, morreu junto a três correligionários no sábado em Baucau, no leste do país, em um confronto com a Polícia e o Exército, segundo informou o governo timorense.

As forças de segurança do Timor tinham iniciado em março uma operação contra este grupo armado para capturar seu líder após vários ataques contra policiais e atos de sabotagem.

O ministro de Estado, Agio Pereira, afirmou à emissora australiana “ABC” que a Polícia teve poucas opções na operação contra Mauk Moruk, a quem pediram para se render.

“Estava armado e atirou primeiro, e muito infelizmente morreu na operação”, disse Pereira.

A Polícia posicionou no domingo várias patrulhas em Díli e em vários distritos de Baucau coincidindo com a transferência do corpo do guerrilheiro para a capital, “apesar de não haver nenhuma ameaça concreta” ou “risco adicional”, segundo disseram fontes da Polícia ao portal “Sapo”.

O ex-presidente do país e prêmio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, qualificou de triste e infeliz a morte do guerrilheiro, com o qual tinha uma estreita relação, mas garantiu que esta não era nenhuma ameaça para a estabilidade do país.

“Não acredito nisso, porque o povo do país está muito familiarizado com Mauk Moruk (…), conhecem seus antecedentes, seu comportamento”, disse Ramos Horta à “ABC”.

Mauk Moruk iniciou há dois anos uma campanha contra o então primeiro-ministro Gusmão, denunciando seu estilo de governo, e buscou aumentar o apoio a sua causa falando sobre o desemprego e a pobreza que grande parte da população sofre.

O Timor-Leste conseguiu a independência em maio de 2002 após ser administrado por três anos pela ONU, 24 anos ocupado pela Indonésia (1975-1999) e vários séculos de domínio português. EFE

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