Guiado por controle remoto, robô entra pela 1ª vez no reator 1 de Fukushima

  • Por Agencia EFE
  • 10/04/2015 04h13

Tóquio, 10 abr (EFE).- Um robô guiado por controle remoto começou a explorar nesta sexta-feira o interior do reator 1 da usina nuclear de Fukushima, uma etapa importante para a futura retirada do combustível fundido de dentro do local.

Os técnicos da Tokyo Eletric Power (Tepco) introduziram o equipamento através de um encanamento e começaram a operá-lo para tentar acessar a parte superior do vaso de contenção.

Se a operação tiver êxito, será a primeira vez desde o acidente em 2011 que os técnicos conseguirão observar o vaso e o estado no qual se encontra o óxido de urânio fundido em seu interior, algo impossível até então por causa dos índices de radiação.

A Tepco acredita que a perda de refrigeração provocada pelo terremoto e tsunami há quatro anos fez com que o combustível nuclear dos reatores 1, 2 e 3 se fundisse, perfurando os vasos de pressão. Posteriormente, eles teriam se acumulado no fundo dos vasos de contenção – que atua como uma espécie de couraça exterior.

Até agora, os técnicos só conseguiram obter imagens do interior do reator geradas através de uma tecnologia que detecta a presença da partícula chamada muón.

Essas impressões – similares a uma radiografia – mostram que a maior parte do óxido de urânio do reator 1 se fundiu após o acidente. Na operação de hoje, a Tepco quer obter dados sobre os níveis de radiação e imagens da parte superior do vaso.

O robô, construído em forma tubular e articulado para contornar obstáculo, está equipado com câmeras, um termômetro e um dosímetro que calcula os níveis de exposição radioativa.

Desenvolvido pela Hitachi General Eletric Nuclear Energy e o Centro Internacional de Desmantelamento Nuclear do Japão, o equipamento pode funcionar por cerca de 10 horas em locais onde a radiação danifica outros dispositivos eletrônicos.

Espera-se que no futuro uma nova versão do robô resistente à água seja capaz de explorar a parte inferior do vaso de contenção, onde está acumulado o líquido dos sistemas de refrigeração e também o combustível fundido.

A retirada do combustível nuclear é a operação mais complexa e delicada do longo processo para desmantelar a usina, um trabalho que pode durar até 40 anos. EFE

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