Haiti volta a ficar sem presidente pela segunda vez em menos de seis meses
Pela segunda vez em menos de seis meses, o Haiti amanheceu sem presidente. Nesta quarta-feira (15), após o término, na noite anterior, do mandato do presidente interino, Jocelerme Privert, não houve convocação do parlamento para que se tenha decisão sobre o futuro chefe do poder Executivo do país caribenho.
Estava previsto que a Assembleia Nacional haitiana votasse, ainda na passada terça-feira (14), um recurso para decidir se Privert devia continuar no poder além do que foi originalmente estipulado até a realização de novas eleições, marcadas, apos vários adiamentos, para o próximo dia 9 de outubro, ou se, ao contrário, devia deixar o cargo antes do pleito.
Ao não ocorrer a deliberação da pauta, o país está, novamente, em uma absoluta incerteza sobre o que vai acontecer nos próximos dias e não há perspectivas de quando o Legislativo será constituído, em Assembleia Nacional, para tomar uma decisão a respeito.
Nesse contexto de vazio de poder, o até agora primeiro-ministro, Enex Jean Charles, se encontra à frente do governo até que se vote qual será o futuro imediato da presidência haitiana.
Em 14 de fevereiro, Privert, então titular do Senado, foi designado como presidente após concluir, uma semana antes, o período do governo de Michel Martelly sem que tenha sido eleito seu sucessor.
Antes de deixar o poder, em 5 de fevereiro, Martelly e os paralmentares assinaram um acordo político que pretendia dar uma saída à crise eleitoral existente desde que foi realizado o primeiro turno do pleito, em outubro de 2015, e, com o segundo turno remarcado, de dezembro para o 24 de abril, de modo que a entrega do poder a um presidente legítimo no últim mês de maio. O projeto, contudo, foi mal sucedido, pois Privert considerou prioritário criar a Comissão de Verificação que analisasse os resultados do primeiro turno, como solicitava a oposição por considerar que foi cometida fraude durante o processo.
A Dita comissão anunciou, em 30 de maio passado, que não validava os resultados do pleito e, uma semana depois, em 6 de junho, o Conselho Eleitoral Provisório (CEP) decidiu anular os resultados para conclamar nova votação para 9 de outubro deste ano, em um novo primeiro turno. Enquanto, em 8 de janeiro de 2017, será realizado o segundo turno, se for necessário.
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