Hamas e Fatah concordam em desdobrar polícia da ANP na fronteira com Gaza
Ramala (Cisjordânia), 28 set (EFE).- O movimento islamita Hamas e o partido nacionalista Fatah chegaram a um acordo para que a segurança nas fronteiras de Gaza fique sob o controle da Polícia da Autoridade Nacional Palestina (ANP), informou neste domingo a agência de notícias local “Walla”.
Ambas as formações chegaram a este pacto na quinta-feira no Cairo como parte do acordo geral que permitirá o governo de reconciliação nacional transitório controlar Gaza após oito anos nas mãos do Hamas, acrescentou a fonte.
Este executivo, formado em 2 de junho para um período interino até a convocação de eleições em janeiro de 2015, se reunirá pela primeira vez em Gaza após a festa muçulmana do Eid al-Adha (Sacrifício), realizada no próximo fim de semana.
Até o momento, se desconhece se os ministros ingressaram na Faixa através da passagem de Erez, controlada por Israel, já que para isso seriam necessárias as permissões deste país, ou pelo de Rafah, o que os obrigaria a viajar antes ao Egito.
Segundo Walla, do outro lado da fronteira talvez não se encontrem ainda com alguns dos cerca de três mil policiais que a ANP deve desdobrar, já que o acordo é preliminar e sua aplicação também depende de Israel permitir o acesso a Gaza de oficiais agora na Cisjordânia.
Fontes palestinas que pediram para não ser identificadas asseguraram que uma missão avançada dessa força já está no Egito, onde recebe há dias treinamento para tomar o controle da passagem de Rafah, selada pelo Egito há mais de um ano.
Essas mesmas fontes assinalaram que são membros da guarda presidencial, que já esteve à frente do controle de fronteiras antes que em 2007 as milícias do Hamas expulsaram da Faixa as forças do Fatah.
Apesar do controle egípcio, há meses milhares de moradores fugiram de Gaza através dos túneis abertos sob a fronteira com o Egito graças a máfias e redes de corrupção das autoridades de emigração de ambos lados na busca de um futuro na Europa.
A abertura das passagens fronteiriças é também fundamental para avançar com a reconstrução da Faixa, empobrecida após oito anos de bloqueio comercial e assédio militar israelense, e devastada pela última e sangrenta ofensiva de Israel.
A reconciliação palestina, estipulada em 23 de abril após várias tentativas fracassadas, foi obstaculizada nestes meses pela incapacidade do governo de unidade de pagar os salários dos funcionários do Hamas, bloqueados por questões burocráticas e políticas.
Segundo o acordo conquistado na quinta-feira no Cairo, parte desses salários começará a ser paga nesta semana, ao mesmo tempo que se inicia o estudo das atribuições destes funcionários -calculados em cerca de 50 mil- para saber quais são ainda necessário e quais serão aposentados. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.