Hamas elogia Abbas, mas exige que Palestina rompa diálogo com Israel
Gaza, 1 abr (EFE).- O movimento islamita Hamas, que governa Gaza, qualificou nesta terça-feira de “boa, mas tardia” a iniciativa do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, de assinar 15 tratados internacionais em resposta à decisão de Israel de não libertar prisioneiros como estava acordado dentro das negociações de paz.
Em entrevista coletiva, o porta-voz do Hamas, Ihab al-Ghussien, lembrou que as autoridades da Faixa esperam agora que “Abbas anuncie o final da negociação de paz e possa assim avançar na reconciliação nacional palestina”.
Em discurso na televisão, o líder do Fatah anunciou hoje a decisão de rubricar a ata de adesão a 15 tratados e organismos internacionais, pactuada com o resto do grupo em reunião convocada para dar uma resposta à decisão israelense de não livrar a última leva de presos como estava combinado no início das negociações de paz.
Abbas garantiu que se Israel não cumprir antes de 29 de abril, data fixada para o fim das negociações, os palestinos não as prorrogarão e retomarão o caminho do diálogo com as diversas instituições internacionais para o reconhecimento de seu Estado.
A medida foi anunciada poucas horas depois de o secretário de Estado americano, John Kerry, deixar Israel sem ir a Ramala, mas tendo se reunido separadamente em Jerusalém com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanayahu, e com o enviado palestino, Saeb Erekat.
O chefe da diplomacia americana deve retornar amanhã à região para tentar salvar um diálogo que ele mesmo promove desde julho, e que parece agora à beira do colapso definitivo.
Hamas e Fatah se transformaram em grupos confrontados em 2007, porque o Hamas não aceitou a vitória islamita nas urnas, o que fez explodir um conflito armado que terminou com a expulsão das milícias de Abbas da Faixa, sitiada desde então pelas forças israelenses.EFE
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