Hamas estuda alternativas ao governo de união nacional formado com o Fatah
Gaza, 18 set (EFE).- O movimento islamita Hamas anunciou nesta quinta-feira sua intenção de buscar alternativas ao governo de consenso estabelecido com o partido nacionalista Fatah, segundo o pacto assinado entre ambos em 23 de abril.
Em entrevista à imprensa, Mahmoud Zahar, um dos líderes do grupo, assegura que o Hamas analisa outras opções para o executivo palestino de unidade, já que este “fracassou em sua missão”.
“Segundo o acordo, o governo foi formado só para seis meses e depois que este período terminar, veremos quais são as alternativas”, informou Zahar, que acrescentou que “não podem deixar sua resistência em mãos dos que não conseguem conquistas no terreno”.
Inimizades e disputas entre Hamas e Fatah ocorreram durante os últimos oito anos, quando ambos partidos protagonizaram violentos enfrentamentos que tiveram como desenlace a expulsão do Fatah de Gaza, que passou a estar inteiramente controlada pelos islamitas.
As duas partes alcançaram uma série de acordos de reconciliação no Cairo e Catar, embora só em abril os implementaram em um tratado que foi materializado no juramento de um governo de tecnocratas, em 2 de junho.
“Desde a constituição do executivo, tivemos a sensação de que esse tratado só pertencia ao Fatah e a seu primeiro-ministro, Rami Hamdala; um empregado do presidente do partido, Mahmoud Abbas”, opinou Zahar.
Além disso, Zahar acusou o Fatah e Mahmoud Abbas de criar diferenças “para encobrir os erros em seus planos de paz com Israel que usam como uma alternativa à resistência armada palestina”.
Enquanto isso, está previsto que delegações de ambos grupos rivais se reúnam nos próximos dias no Cairo para retomar o debate sobre assuntos internos, em um encontro que porá especial ênfase nas condições sob as quais deve terminar o bloqueio sobre Gaza, antecipou Zahar.
Zahar declarou, além disso, que o Hamas nunca autorizou Abbas a fazer nenhum movimento político ou negociar com Israel ou outro interlocutor sobre o estabelecimento de um Estado palestino nos territórios ocupados pelos israelenses após a Guerra dos Seis Dias, de 1967.
E se mostrou satisfeito pelos resultados da recente ofensiva militar israelense contra o movimento, conhecida como “Limite Protetor”, que aconteceu entre 8 de julho e 26 de agosto e na qual morreram mais de dois mil palestinos e mais de 11 mil ficaram feridos.
Segundo Zahar, “o Hamas alcançou uma vitória estratégica sobre Israel durante a última agressão empreendida contra si em Gaza. A ocupação falhou em seu objetivo de destruir ao grupo”. EFE
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