Hamas responsabiliza governo de unidade palestino por crise salarial

  • Por Agencia EFE
  • 09/06/2014 11h57
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Gaza, 9 jun (EFE).- O movimento islamita Hamas culpou nesta segunda-feira o novo governo de reconciliação palestino liderado pelo primeiro-ministro Rami Hamdala pela crise salarial em Gaza, onde os funcionários do Hamas não receberam seus salários do mês de maio.

“O governo de unidade cometeu um erro nas negociações com os empregados e se descuidou do acordo de reconciliação”, opinou o veterano político do Hamas, Khalil Al Hayah, em entrevista coletiva realizada hoje no enclave litorâneo.

O novo Executivo e seu primeiro-ministro assumiram o poder de maneira interina após jurarem o cargo perante o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, no último dia 2 de junho em Ramala.

Sua constituição faz parte das diretrizes estipuladas entre o partido nacionalista Fatah e o Hamas em virtude do pacto de reconciliação nacional alcançado no mês de abril.

“Nunca imaginamos que o primeiro obstáculo a fazer frente no processo de reunificação estaria relacionado ao sustento do povo, sua comida e seus direitos”, lamentou Al Hayah, que acusou o Executivo de discriminação.

Antes do Hamas assumir o controle sobre Gaza, em junho de 2007, a ANP pagava seus assalariados na faixa e na Cisjordânia.

Após a tomada dos islamitas, Abbas destituiu o anterior governo de unidade, que era liderado pelo Hamas e que tinha sido criado após outro pacto de reconciliação assinado em Meca em fevereiro de 2007.

Nesse momento, o presidente ordenou os 70 mil empregados civis e de segurança cessar em suas funções sob o mandato do Hamas, enquanto garantiu a manutenção mensal de seus salários.

“Como o governo de Hamdala poderá pagar os salários daqueles que estiveram sete anos em casa sem trabalhar e deixam 50 mil empregados de Gaza sem dinheiro?”, questionou Al Hayah.

De acordo ao novo trato alcançado entre as duas partes no último dia 23 de abril, o novo governo teria como objetivo estabelecer um comitê técnico e financeiro para estudar a questão do pagamento de salários aos funcionários.

Neste contexto, os empregados do Hamas atacaram e trataram de evitar que seus colegas do Fatah obtivessem o salário das caixas na última quinta-feira, enfurecidos perante a falta de rendas em suas contas.

A Polícia do movimento islamita precisou intervir durante os distúrbios e, por conta da situação de descontrole, obrigou todos os bancos a fechar suas portas até que a crise seja resolvida.

No entanto, até o momento, nenhuma solução foi adotada, enquanto as entidades permanecem fechadas, afetando economicamente a vida diária na faixa.

“Solicitamos a Hamdala que não discrimine entre uns e outros trabalhadores (…) E pedimos a Abbas que encontre uma saída ao problema”, exigiu Al Hayah. EFE

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