Herdeiro de dinastia, Rahul Gandhi terá que reverter previsão de derrota

  • Por Agencia EFE
  • 04/04/2014 20h43

Luis Ángel Reglero.

Nova Délhi, 4 abr (EFE).- Rahul Gandhi, herdeiro da dinastia que governou a Índia praticamente desde sua independência, é a imagem do Partido do Congresso nas eleições que começarão na segunda-feira e nas quais sua legenda terá que reverter um possível quadro de derrota.

Bisneto, neto e filho de primeiros-ministros do país, a nova aposta dos Gandhi concorre ao pleito, aos 43 anos, sem ser formalmente o candidato do partido governamental, que na última década regeu os destinos do gigante asiático.

O neto de Indira Gandhi, assassinada em 1984, e filho de Rajiv Gandhi, falecido em 1991, também em um atentado, se apresenta sozinho como líder da campanha eleitoral do partido, apesar de ser o último da linha sucessória da dinastia fundada por seu bisavô, Jawaharlal Gandhi.

A presidente do partido e sua mãe, Sonia Gandhi, foi quem decidiu que ele não fosse formalmente o candidato, com a desculpa de que, como tradicionalmente ocorre, o parlamento é que elege o primeiro-ministro do país.

Segundo observadores locais, esta foi, no entanto, uma medida de cautela para que Rahul – formado em universidades dos Estados Unidos e do Reino Unido -, não sofra um baque nas urnas.

Ex-funcionário de uma empresa de consultoria em Londres e depois fundador de uma empresa similar em Mumbai, ele carece de experiência em cargos no governo, e a imprensa o acusa de ter personalidade baixa.

Os casos de corrupção do partido no governo, do qual é vice-presidente desde 2013, e uma economia que atravessa seu pior momento em uma década, são outros desafios para o jovem Gandhi, que estreou na política em 2004.

Ele terá que mostrar que é uma opção firme de governo e não o herdeiro escolhido por sua mãe, e para isso terá que convencer a classe média do país, receosa de muitas de suas mensagens a favor de melhorar a situação dos mais pobres da Índia.

Rahul Gandhi já teve um mau precedente em 2012 em Uttar Pradesh, de onde procede sua família, ao obter um resultado ruim quando se candidatou nas eleições deste estado, o mais populoso do segundo país com mais habitantes do planeta, atrás apenas da China.

Estas credenciais a priori o deixam em desvantagem frente a rivais como Narendra Modi, líder do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP), o favorito.

Um dos recursos da campanha eleitoral de Rahul foi atacar Modi por sua suposta relação com o massacre de mais de mil muçulmanos em 2002 no estado de Gujarat, no oeste do país, do qual o líder hindu é governador.

Rahul Gandhi continua, além disso, em sua luta para que não fique impune a morte de seu pai Rajiv, assassinado em 1991 pelos Tigres Tamil, grupo rebelde do Sri Lanka.

O estado de Tamil Nadu, ao sul da Índia, onde aconteceu o atentado, aprovou a libertação dos sete condenados, uma decisão que recebeu críticas da família Gandhi, que conseguiu depois que a Corte Suprema do país impedisse a libertação. EFE

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