Hillary Clinton critica política externa de Obama

  • Por Agencia EFE
  • 10/08/2014 18h42

Washington, 10 ago (EFE).- A ex-secretária de Estado dos Estados Unidos Hillary Clinton criticou pela primeira vez de maneira contundente as políticas do presidente Barack Obama ao afirmar que ele errou ao não ter fornecido antes ajuda aos rebeldes sírios para conter o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que agora está atacando o Iraque.

Em entrevista publicada neste domingo na revista “The Atlantic”, a política democrata se afastou da postura do governo no Oriente Médio e afirmou que, quando era secretária de Estado na administração de Obama ela defendeu uma mudança de estratégia.

Hillary atribuiu o aumento da influência dos jihadistas na Síria ao “fracasso” da Casa Branca para apoiar rebeldes que combatem o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, desde 2011.

“O fracasso para ajudar a construir uma força de combate crível com as pessoas que foram os autores dos protestos contra Assad, havia islamitas, havia secularistas, havia de tudo no meio, o fato de não fazer isso deixou um grande vazio, que os jihadistas agora preencheram”, afirmou a ex-primeira-dama.

O EI começou a ter avanços substanciais na Síria no ano passado, e desde então ocupou posições no norte do Iraque, onde agora os Estados Unidos iniciaram uma série de ataques aéreos seletivos para reduzir o cerco que estão exercendo sobre a população local curda.

Clinton reiterou que como secretária de Estado defendeu o apoio a um “núcleo” dos combatentes do Exército Livre da Síria que se opõem a Assad, o que poderia ter ajudado a derrubar o líder sírio.

“Se tivéssemos apoiado, treinado e equipado cedo um núcleo do Exército Livre da Síria, teríamos, primeiro, uma ideia melhor do que estava se passando no terreno. E segundo, teria ajudado a se levantar uma oposição política crível”, analisou.

Segundo a ex-secretária de Estado, esta estratégia teria ajudado a criar uma oposição, difícil de ser construída devido às constantes diferenças entre os sírios exilados e a oposição no país.

Hillary também se distanciou da posição do governo Obama nas negociações sobre o programa nuclear do Irã e o Grupo5+1.

“Sempre estive entre aqueles que sustentam que (o Irã) não tem o direito ao enriquecimento (de urânio). Contrariamente a sua exigência, não há tal direito a enriquecer (urânio). Isto é absolutamente infundado. Não existe tal direito”, afirmou a possível candidata à presidência dos Estados Unidos em 2016. EFE

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