Hillary Clinton: Uma avó presidente?

  • Por Agencia EFE
  • 24/04/2014 10h17

Cristina García Casado.

Washington, 24 abr (EFE).- Advogada, esposa, mãe, primeira-dama, senadora, candidata presidencial, chefe da diplomacia americana e, em poucos meses, também avó. Hillary Clinton acaba de receber o que já considera seu “título mais emocionante” até o momento: sua única filha espera um bebê.

Chelsea Clinton, que passou a adolescência na Casa Branca, anunciou recentemente em um ato da Fundação de sua família e sentada ao lado de sua mãe uma notícia que seus pais passaram anos esperando ouvir: finalmente vão ser avós.

“Hillary quer ser avó mais do que queria ser presidente”, confessou o ex-presidente americano Bill Clinton em 2010, quando Chelsea se casou com o investidor financeiro Marc Mezvinsky.

Desde então, tanto Bill como Hillary aproveitaram cada ocasião para lembrar à filha e, de quebra, toda a nação, seu enorme desejo de ter netos.

“Bom, é algo que não depende de mim, mas eu gostaria de ter esse título. Posso dizer com certeza que esse é o título que ficaria mais orgulhosa de ter”, disse Hillary em 2012, uma opinião na qual foi ratificada depois de ser divulgada a boa notícia.

“Bill e eu estamos entusiasmados com o fato de que Chelsea e Marc estejam esperando seu primeiro filho”, escreveu Hillary na rede social Twitter pouco depois da notícia ser divulgada.

A gravidez da filha dos Clinton foi recebida com entusiasmo pela imprensa da nação, que acompanha cada detalhe da vida de quem para muitos pode ser em 2016 a primeira mulher presidente dos Estados Unidos.

Hillary continua fazendo mistério para anunciar se volta a concorrer nas primárias democratas, mas suas contínuas aparições públicas, as campanhas de arrecadação e as múltiplas pesquisas a seu favor fazem com que seu nome seja o que soa com mais força para a próxima corrida presidencial.

Seu futuro político se transformou em uma autêntica obsessão para os meios de comunicação nacionais, determinados a analisar cada frase, gesto ou acontecimento de sua vida eleitoral.

Uma notícia tão atrativa como a gravidez de sua única filha não podia ficar de fora, portanto os analistas dizem que a chegada de um pequeno Clinton à família beneficiaria Hillary na corrida eleitoral.

A verdade é que todo o apoio ativo que Chelsea deu a sua mãe em 2008 quando enfrentou Barack Obama não é nada comparado com o enorme presente que ela dará em poucos meses com seu bebê.

Um político com uma criança nos braços ganha em imagem de ternura e simpatia. Transmite uma mensagem de proteção e esperança de futuro. E tudo isto se multiplica se o pequeno for seu próprio neto.

Os analistas consideram que o bebê suavizaria a imagem de mulher dura e fria que foi desenhada de Hillary: seu perfil de trabalhadora infatigável e ambiciosa seria “adocicado” por seu novo papel de avó.

Hillary foi a primeira-dama que, logo após pôr os pés na Casa Branca, deixou claro que tipo de mulher não era: ela não ia se dedicar a fazer bolachas e tomar chá. Por isso ninguém contempla que a chegada de seu futuro neto seja empecilho para que se apresente às primárias.

Os Clinton sempre zelaram muito pela privacidade de sua filha quando viviam na Casa Branca (1993-2001) e chegaram a um acordo com a imprensa para proteger ao máximo o desenvolvimento de uma adolescente que estava crescendo sob todos os focos.

Por isso cabe esperar que o casal queira fazer o mesmo com seu neto e evitem expô-lo desde tão pequeno em uma eventual campanha de Hillary para conseguir ser candidata de seu partido à Casa Branca.

No entanto, os comentários e lembranças sobre a criança aflorariam nas entrevistas e nos comícios, enfatizando o lado mais humano da candidata em um país que dá um grande valor às relações familiares.

Chelsea e Marc, filho de dois ex-congressistas, se conheceram ainda adolescentes através de suas famílias, estudaram ao mesmo tempo em Standford (Califórnia), mas só começaram a namorar em 2005.

A filha dos Clinton, de 34 anos, trabalha como jornalista para a rede de televisão “NBC” e colabora com várias organizações, entre elas as de sua família: a “Clinton Foundation” e a “Clinton Global Initiative”.

Rodeada de política desde que nasceu, não fecha a porta a se candidatar para algum cargo no futuro, por isso que alguns já brincam com que o filho ou a filha que trará ao mundo talvez seja algo mais que o neto dos Clinton: a garantia de continuidade de uma das sagas políticas mais queridas e que mais deram o que falar nos Estados Unidos. EFE

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