Hollande e Merkel pedem que a Grécia respeite compromissos de reforma

  • Por Agencia EFE
  • 19/03/2015 13h53

Bruxelas, 19 mar (EFE).- O presidente da França, François Hollande, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, insistiram nesta quinta-feira que a Grécia deve cumprir os compromissos de reforma que assumiu ao solicitar o prolongamento do resgate, enquanto o primeiro-ministro heleno, Alexis Tsipras, reivindicou o respeito à democracia.

“Os gregos devem demonstrar que farão as reformas que são esperadas e a Europa deve pôr à disposição da Grécia os meios financeiros para cumprir com seus compromissos”, ressaltou Hollande em sua chegada à cúpula de chefes de Estado e de governo que acontece hoje em Bruxelas.

“Não devem esperar uma solução, nenhum marco”, advertiu Merkel, ao ressaltar que a cúpula europeia “não é o marco, já que as decisões são tomadas no Eurogrupo e continuará sendo assim”.

Tsipras se reunirá hoje, após a reunião de líderes europeus, com Hollande, Merkel, e os presidentes do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem; da CE, Jean-Claude Juncker; do BCE, Mario Draghi; e do Conselho Europeu, Donald Tusk, encontro que já provocou mal-estar entre alguns Estados-membros que não participarão no encontro, como a Bélgica.

“O que vamos pedir nesta reunião, entre outras coisas, é o respeito aos compromissos”, destacou Hollande, que lembrou que em “20 de fevereiro houve um acordo, que foi confirmado 24 de fevereiro, e vamos iniciar esse acordo”.

O presidente francês disse que a França quer que a Grécia continue sendo membro da zona do euro, mas que ao mesmo tempo é preciso explicar ao eleitorado grego que elegeu o atual governo nas eleições de 25 de janeiro, que “há compromissos que valem para todos os países”, em referência ao financiamento europeu e nacional.

Questionado sobre a nova lei apresentada ao parlamento por Tsipras para combater a pobreza na Grécia, Hollande disse que “não surpreende” que o governo grego faça esforços para os pobres, mas ressaltou que o que pedem é que a Grécia garanta que os ricos paguem impostos.

Já Tsipras se limitou a dizer, em sua chegada à cúpula, que a UE “precisa de iniciativas políticas que respeitem tanto a democracia como os tratados, para deixar para trás a crise e avançar rumo ao crescimento”.

“Acho que o Eurogrupo tomou fortes decisões em 20 de fevereiro e minha opinião é que deveríamos nos ater a essas conclusões. Agora depende da Grécia querer cumprir com os compromissos que assumimos em 20 de fevereiro”, afirmou o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.

O primeiro-ministro da Estônia, Taavi Roivas, assegurou que “não deveríamos esperar grandes mudanças a respeito do que foi aprovado no Eurogrupo”.

“O melhor caminho para a Grécia é continuar com as reformas, isso é o mais importante”, concluiu.

O primeiro-ministro belga, Charles Michel, disse estar “furioso” pelo formato em que a situação da Grécia será discutida esta noite, um formato que qualificou de “erro”.

“Nem França nem Alemanha têm mandato da Bélgica, que também é credora da Grécia com sete bilhões de euros para negociar”, lamentou.

O presidente do parlamento Europeu (PE), Martin Schulz, gostaria que hoje mesmo alcançassem “uma confiança reforçada no governo grego”.

“As decisões de ontem em Atenas (em referência à lei humanitária) estão bem, mas o Executivo tem que cumprir seus compromissos”, afirmou.

“Quando um governo muda o novo não pode dizer que não tem nada a ver com as decisões anteriores”, acrescentou, e assegurou que “há muita gente que quer ajudar a Grécia, mas os gregos têm que se deixar ajudar também”. EFE

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