Homem que sequestrou avião à Cuba em 1984 é condenado a 20 anos nos EUA
Miami, 17 jul (EFE).- William Potts, americano que em 1984 sequestrou um avião de passageiros e o desviou para Cuba, foi condenado a 20 anos de prisão em um tribunal de Miami, mas é improvável que cumpra a sentença completa.
Potts, que tinha voltado em novembro a Miami para se entregar às autoridades americanas, se declarou em maio culpado da acusação de sequestro para tentar flexibilizar a sentença, após conseguir um acordo com a promotoria.
Após ouvir o testemunho emotivo de Pott no qual pedia perdão e piedade, Michael Moore, juiz encarregado do caso, deu crédito ao acusado pelos 13 anos que passou em uma prisão cubana, apesar de ele ter acreditado que seria recebido na ilha como herói.
“Se o senhor me der somente uma oportunidade, juiz, o farei se sentir orgulhoso. Imploro, por favor, que permita voltar com meus filhos”, apelou ao coração de Moore.
Em 1984, Potts, então membro dos Panteras Negras, sequestrou um avião no aeroporto de Newark e com uma arma obrigou o capitão a desviá-lo do destino, Miami, e obriga-lo a voar até Havana.
Segundo os documentos da acusação, Potts “ameaçou fazer pilotar o aparelho e disparar contra os passageiros se o avião aterrissasse em Miami”. Além disso, exigiu a entrega de US$ 5 milhões.
Após as ameaças, o piloto decidiu voar a Havana, onde as autoridades da ilha entraram no avião e escoltaram o americano, que foi detido e condenado a 13 anos de prisão.
Uma vez cumprida a pena e após trabalhar durante anos como agricultor, Potts, que se casou em Cuba e teve duas filhas, decidiu em novembro de 2013 retornar voluntariamente aos Estados Unidos e se entregar às autoridades, após receber um passaporte do Escritório de Interesses (SINA) americano na ilha.
Antes de sair de Cuba, Potts, que chamava a si mesmo de “Tenente Espartaco”, garantiu que sua intenção era encerrar o caso, e que por isso esperava convencer as autoridades americanas a levarem em consideração os anos que passou preso em Cuba. EFE
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