Hotéis Vale do Silício contratam robôs para fazer serviço de quarto
Teresa Bouza.
San Francisco, 2 set (EFE).- A contratação mais recente de vários hotéis do Vale do Silício é Relay, um pequeno robô que é usado para entregar comida, pasta de dentes, toalhas e outros objetos aos quartos dos clientes.
“Temos nossos robôs no Hotel Aloft, em Cupertino, no Aloft Vale do Silício, no Crown Plaza de Milpitas e no Holiday Inn Express de Redwood City”, disse em entrevista à Agência Efe Adrián Canoso, cofundador da Savioke, a empresa que desenvolveu o robô compacto, que tem apenas 90 centímetros de altura.
Canoso explicou que o “ponto forte” do Relay é sua habilidade para “navegar em ambientes complexos”. Ou seja, ele é capaz de circular no lobby do hotel, subir pelo elevador e andar pelos corredores sem tropeçar em clientes, malas e outros objetos.
O “trabalho” de Relay começa quando um cliente solicita à recepção o serviço de quarto. Nesse momento, o recepcionista abre o compartimento situado na parte frontal do robô, introduz os objetos que o cliente pediu e tecla o número do quarto.
Relay, que ativa o botão do elevador remotamente, liga para o ramal do quarto assim que chega ao seu destino. Sua porta superior se abre imediatamente quando o cliente abre a porta.
Uma vez finalizado o trabalho, Relay pergunta ao cliente se está contente com seu serviço com uma mensagem na tela, abre e fecha os olhos e faz uma pequena dancinha com sons eletrônicos quando o hóspede pressiona o botão de cinco estrelas para expressar sua satisfação.
Os robôs, que estrearam na hotelaria há menos de um ano, já fizeram cinco mil entregas e percorreram mais de mil quilômetros.
O cofundador da Savioke contou que ele e sua equipe passaram muito tempo pensando no design do Relay.
“Partimos do princípio que um hóspede, quando abre a porta, nunca viu um robô, e gastamos muito tempo para nos certificarmos que esses primeiros momentos fossem agradáveis e que os clientes saberiam como usá-lo”, afirmou.
Canoso e sua equipe optaram, intencionalmente, por não transformar Relay em humanoide.
“Quando um robô se parece com uma pessoa esperam mais dele. Tendemos a pensar que é muito inteligente e que pode falar e fazer muitas coisas”, explicou Canoso.
“Desenhamos um robô agradável, com presença amistosa, e incluímos olhos para que as pessoas soubessem que é consciente do ambiente que o rodeia, mas não criamos falsas expectativas”, disse.
Ele lembrou que existe a percepção de que os robôs substituirão as pessoas e as deixarão sem empregos, e ressaltou que quanto mais humana é sua aparência mais apreensão pode existir nesse sentido.
“Este robô não vai eliminar empregos. Sua única missão é a de ajudar as pessoas que trabalham nos hotéis a melhorar o serviço ao cliente, ao invés de correr pelos corredores para entregar pastas de dentes ou uma toalha”, insistiu Canoso.
O cofundandor da Savioke assinalou que as entregas nos hotéis podem demorar até meia hora, tempo que pode cair à metade quando Relay entra em ação.
“Isso implica em que os clientes estejam mais contentes e os hotéis ganhem melhores críticas dos hóspedes, o que é muito importante”, ressaltou Canoso, que acredita que o setor de hotelaria oferece uma grande oportunidade para robôs como o seu.
Na vanguarda do “serviço robótico” está o hotel Henn-na, que abriu em julho na cidade japonesa de Nagasaki e tem vários robôs na recepção, inclusive um que se parece com um dinossauro.
O hotel japonês conta também com um veículo robótico para o transporte de bagagens, botões-robô que dão informações básicas, como o menu do café da manhã, e portas nos quartos que se abrem com escaneamento facial. EFE
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