Houthis rejeitam transferir diálogo político para fora da capital iemenita

  • Por Agencia EFE
  • 23/02/2015 10h28

Sana, 23 fev (EFE).- O movimento xiita dos houthis rejeitou nesta segunda-feira a proposta feita ontem pelo presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, de transferir as negociações em andamento entre as forças políticas do país para fora de Sana.

A emissora “Al Masira”, órgão de informação oficial dos houthis, disse que “o Comitê Supremo Revolucionário decidiu em reunião realizada hoje rejeitar a mudança do diálogo”.

Este comitê administra os assuntos do Iêmen desde o dia 6 de fevereiro, quando o movimento xiita promulgou uma emenda constitucional determinando a dissolução do parlamento e a criação de um Conselho Presidencial.

Mansur Hadi pediu ontem para as Nações Unidas a mudança das negociações entre as forças políticas do Iêmen “para um lugar seguro” fora de Sana, que está sob controle do movimento xiita dos houthis desde 21 de setembro do ano passado.

O enviado especial da ONU para o Iêmen, Jamal Benomar, informou ontem em comunicado que conversou com Hadi sobre os “últimos eventos na cena política” do Iêmen.

O presidente iemenita, que em janeiro renunciou ao seu cargo, fugiu no sábado de sua residência em Sana, sitiada por milícias houthis, para a cidade portuária de Aden, onde se retratou de sua renúncia e declarou que continua sendo o chefe de Estado legítimo do país.

O presidente iemenita se reuniu ontem com autoridades civis e militares de cinco províncias do sul do Iêmen para estudar a possibilidade de declarar a cidade litorânea de Aden capital provisória do país.

Após a fuga de Hadi, o Comitê Supremo Revolucionário formado pelos houthis designou ontem o primeiro-ministro Khaled Bahah e sua equipe, que renunciaram no mesmo dia que o presidente, como governo interino no Iêmen, para preencher o vazio de poder provocado pela atual crise política.

Há dois dias, Benomar anunciou que as facções políticas do país tinham chegado a um acordo para formar um conselho interino para resolver a crise, após os houthis começarem um dia antes a reestruturar as instituições do Estado de forma unilateral. EFE

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