HRW critica Indonésia por execução de brasileiro com esquizofrenia
Sydney (Austrália), 1 mai (EFE).- A Human Rights Watch (HRW) criticou nesta sexta-feira o governo da Indonésia pela execução dos oito réus condenados por narcotráfico, em especial a morte do brasileiro Rodrigo Gularte, que sofria de esquizofrenia e bipolaridade.
O subdiretor da HRW na Ásia, Phelim Kine, afirmou que a própria lei indonésia proíbe que prisioneiros com doenças mentais sejam executados. Além disso, criticou a postura do procurador-geral do país, Muhammad Prasetyo, que defendeu a medida como uma forma de combater o tráfico de drogas.
“Gularte não sabia que ia morrer até minutos antes de enfrentar o pelotão de fuzilamento, disse o sacerdote católico que o acompanhou”, afirmou o subdiretor da HRW.
Kine lembrou que o governo brasileiro, através do Ministério das Relações Exteriores, fez vários alertas de que Gularte padecia de uma “situação psiquiátrica muito grave”, mas os médicos e psiquiatras indonésios não o diagnosticaram nenhuma doença mental.
A organização pediu à Indonésia uma investigação completa sobre a execução do brasileiro e o fim dos demais fuzilamentos programados para evitar novos abusos.
Gularte, de 42 anos, foi preso em 2004 com seis quilos de cocaína dentro de uma prancha de surf e condenado à pena capital no ano seguinte por narcotráfico.
Após dez anos no corredor da morte, o brasileiro foi executado na madrugada de quarta-feira na prisão da ilha de Nusakambangna, em Java Central, junto a dois australianos, três nigerianos, um ganês e um indonésio, todos condenados pelo mesmo crime.
A Indonésia reiterou que as execuções foram feitas de acordo com a lei e que estão dentro das medidas para conter a luta contra o narcotráfico, considerada no país de segurança nacional. EFE
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