HRW critica resposta internacional à crise da República Centro-Africana
Nairóbi, 24 mar (EFE).- A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta segunda-feira que a resposta internacional à crise da República Centro-Africana (RCA) infelizmente está sendo “inadequada”, já que milhares de civis têm “extrema necessidade de proteção”.
Após um ano desde o golpe que derrubou o presidente François Bozizé e provocou uma escalada de violência, a população está em “grave perigo” porque a comunidade internacional “foi incapaz de protegê-la”, lamentou o diretor da organização na África, Daniel Bekele.
Segundo a HRW, a União Africana e a França enviaram tropas de manutenção da paz, mas estas forças “foram incapazes de deter a espiral de violência”.
Em 10 de fevereiro de 2014, a União Europeia concordou em mandar mais tropas para a RCA para contribuir com os esforços internacionais de proteção à população, mas a missão ainda não foi enviada.
O país se encontra à espera da chegada de uma força de manutenção da paz da ONU, mas até que isto ocorra as tropas francesas e da União Africana “deveriam tomar medidas adicionais imediatamente para fornecer uma maior segurança à população”, afirmou Bekele.
Há exatamente um ano, a capital Bangui foi tomada pela então coalizão rebelde Seleka, que assumiu o poder no país após a fuga do presidente deposto François Bozizé.
Os rebeldes são muçulmanos, enquanto a maioria da população é cristã, e o conflito no país acabou assumindo uma face sectária. O confronto no país envolve o Seleka e as milícias cristãs Anti-Balaka.
Desde dezembro de 2013, a violência na República Centro-Africana forçou a fuga de quase um milhão de pessoas, das quais mais de 650 mil são deslocados internos e cerca de 300 mil se refugiaram em países vizinhos, especialmente Chade e Camarões. EFE
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