HRW denuncia contínuos abusos contra minoria moken em Mianmar e Tailândia

  • Por Agencia EFE
  • 25/06/2015 10h45

Bangcoc, 25 jun (EFE).- A organização internacional Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta quinta-feira em um relatório os contínuos abusos dos direitos à minoria étnica moken por parte dos governos de Tailândia e especialmente Mianmar (antiga Birmânia), e exigiu que se acabe com esta discriminação em relação ao povo nômade.

O documento, intitulado “Apátridas no mar: Os moken de Mianmar e Tailândia”, descreve as extorsões, subornos, detenções arbitrárias, confiscos de bens e outras violações dos direitos sofridos por esta comunidade.

A organização também examina no relatório o endurecimento das leis de imigração e de proteção marítima que ameaçam a liberdade de movimento e o estilo de vida tradicional deste povo.

A maioria dos moken são apátridas, o que os torna extremamente vulneráveis e lhes priva de acesso a direitos fundamentais como atendimento médico, educação e oportunidades de emprego nos países onde habitam.

“Longe da imagem idílica que o turismo promove do povo moken, estes nômades marítimos enfrentam restrições crescentes e ataques no mar, e a discriminação sistemática na terra”, afirma no estudo o diretor para a Ásia da Human Rights Watch, Brad Adams.

O ativista insiste em que negar a eles a cidadania em Mianmar e Tailândia somente faz com que sejam vítimas fáceis de exploração e de outras ameaças contra sua própria existência.

As legislações birmanesa e tailandesa reconhecem esta etnia, o que não impede que sofram exploração trabalhista e outros abusos que vulneram seus direitos básicos.

Os moken são uma minoria originária da China e que há cerca de 4.000 anos se assentaram nas regiões marítimas do Sudeste Asiático, até se transformar em um dos poucos povos caçadores e coletores que restam na região na atualidade.

Aproximadamente 3.000 membros desta etnia vivem principalmente em pequenas embarcações no arquipélago de Mergui, ao longo da costa sul de Mianmar, enquanto outros 800 estão estabelecidos na Tailândia, a maioria em aldeias situadas nas ilhas de Phuket e Phi Phi.

Nos últimos anos, uma proporção cada vez maior da população moken renunciou a seus costumes nômades e decidiu morar permanentemente na Tailândia e em Mianmar.

A HRW reivindica aos governos birmanês e tailandês que garantam que os moken, como povo indígena do arquipélago de Mergui e da costa do mar de Andaman, sejam tratados de acordo com a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. EFE

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