HRW denuncia possível crime de guerra da coalizão árabe no Iêmen

  • Por Agencia EFE
  • 28/07/2015 08h58

Cairo, 28 jul (EFE).- Os bombardeios da coalizão árabe, liderada pela Arábia Saudita, que provocaram a morte de ao menos 65 civis há quatro dias na cidade de Moca, no sudoeste do Iêmen, podem constituir um crime de guerra, denunciou nesta terça-feira a organização Human Rights Watch.

Em comunicado, a HRW afirmou que o fracasso da Arábia Saudita e dos outros integrantes da aliança em investigar os possíveis bombardeios ilegais no país demonstram a necessidade de que uma comissão esclareça o que ocorreu.

O ataque aéreo teve como alvo um complexo residencial de engenheiros da usina elétrica de Moca, na província de Taiz, no litoral do Mar Vermelho.

O especialista em emergência da HRW, Ole Solvang, afirmou no comunicado que o bombardeio “não teve um evidente alvo militar e parece ser um crime de guerra”.

Os trabalhadores e residentes na região garantem que na usina, construída em 1986, não havia presença de rebeldes houthis nem de outras forças militares aliadas.

O complexo, no qual viviam cerca de 200 famílias, foi praticamente destruído. Tetos de dois edifícios e andares de diversos prédios entraram em colapso durante o bombardeio.

No total, foram registrados nove ataques em um intervalo de poucos minutos, deixando várias crateras no solo.

Uma testemunha, Wayida Ahmed Nayid, de 37 anos, explicou no relatório da HRW que um edifício inteiro começou a cair durante o terceiro bombardeio. Os moradores fugiram para a praia.

A organização de direitos humanos reiterou que os governos envolvidos no conflito devem investigar os crimes de guerra cometidos pelas tropas e levar os responsáveis à Justiça.

Além da coalizão árabe, a HRW também acusou os rebeldes houthis de terem cometido crimes de guerra após vários ataques contra civis nestes quatro meses de conflito.

A aliança liderada por Riad começou a bombardear as posições dos houthis no fim de março, com objetivo de frear o avanço dos insurgentes no sul do país. EFE

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