HRW diz que Al Sisi deve ser investigado por crimes contra humanidade
Cairo, 12 ago (EFE).- A Human Rights Watch (HRW) acusou nesta terça-feira as autoridades egípcias de crimes contra a Humanidade pelo massacre, há um ano, do acampamento islamita de Rabea al Adauiya, no Cairo, motivo pelo qual o presidente do Egito, Abdul Fatah al Sisi, “deveria ser investigado”.
O diretor-executivo da HRW, Kenneth Roth, pediu ao Conselho de Segurança da ONU a criação de uma comissão de investigação e convocou os estados a julgar estes crimes nos tribunais de seus países. Roth apresentou um relatório sobre o massacre, na qual se estima que morreram pelo menos 817 pessoas.
A organização apontou como principais responsáveis Sisi, que na época era ministro da Defesa; o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, e o responsável das forças especiais da polícia egípcia, Medhat Menshaui.
“Há provas suficientes para justificar uma investigação contra Sisi e os outros responsáveis mencionados por crimes contra a Humanidade”, afirmou Roth.
A apresentação do relatório for feita por meio de uma videoconferência depois que o Egito impediu Roth e membros do HRW de entrar no país no domingo.
“É a primeira vez que tivemos negado o acesso ao Egito, nem sequer nos tempos de Hosni Mubarak (ex-presidente)”, disse Roth.
O relatório assegura que os assassinatos foram “sistemáticos” e planejado pelas autoridades antes de 14 de agosto, quando foram desalojados as acampamentos nas praças cairotas de Rabea al Adauiya e Al-Nahda.
Roth considerou que “a magnitude do massacre é tão grande que figura na mesma categoria de episódios como o da praça de Praça da Paz Celestial, na China”.
O relatório acusa as forças egípcias de responder de forma desproporcional à ameaça dos manifestantes da praça de Rabea al Adauiya, como demonstra o fato de que entre dezenas de milhares de pessoas foram encontrados apenas 15 armas, enquanto oito policiais morreram, contra 817 manifestantes. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.