HRW pede reações internacionais “firmes” por detenção de prefeito venezuelano

  • Por Agencia EFE
  • 20/02/2015 17h51
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Caracas, 20 fev (EFE).- Após a detenção do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, o diretor da organização de defesa de direitos humanos nas Américas, Human Rights Watch (HRW), José Miguel Vivanco, disse nesta sexta-feira que, diante das “arbitrariedades cometidas pelo governo venezuelano, a única esperança é a comunidade internacional ter reações firmes”.

“Acredito que a única esperança seja reações firmes da comunidade internacional em relação ao atual governo, que se sente à vontade em continuar a cometer este tipo de injustiça e arbitrariedade quando bem entende para distrair a atenção em nível nacional”, disse Vivanco.

Em entrevista à emissora “Union Radio”, o representante da HRW declarou que “as condições dos direitos humanos na Venezuela estão cada dia mais graves e mais prementes”.

Vivanco destacou que as decisões tomadas pelo governo de Nicolás Maduro “não têm limites no âmbito interno e se transformaram em um padrão de conduta, em uma prática habitual”.

“O governo sabe que pode fazer e desfazer, que pode inventar todos os dias uma história, uma grande conspiração. As denúncias de assassinatos ou tentativas de golpes são habituais, quase diárias, mas tudo é tratado em absoluto sigilo e administrado pelos serviços de inteligência bolivarianos”, disse o diretor.

“Se não houver uma reação firme, categórica e inequívoca”, dos organismos internacionais e dos governos da comunidade regional, “lembrando a Maduro que existem obrigações jurídicas, o governo venezuelano irá continuar com este tipo de práticas abusivas”, alertou.

Segundo Vivanco, atualmente na Venezuela não existem “instituições capazes conter este tipo de arbitrariedade, que infelizmente se transformaram em regra”, por isso a necessidade de recorrer à comunidade internacional.

A HRW pediu a soltura de Ledezma nesta quinta-feira e, em comunicado, Vivanco afirmou que “sem evidências de um delito, o prefeito nunca deveria ter sido detido e deve ser liberado imediatamente”.

O opositor do governo e prefeito Antonio Ledezma foi detido na quinta-feira por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sabin) e, de acordo com o presidente da Venezuela explicou, será processado “por todos os delitos cometidos contra a paz do país”.

Segundo a esposa do prefeito, Mitzy Capriles, Ledezma foi levado com “uma agressividade terrível” e os agentes que o prenderam também bateram nele.

Na semana passada o prefeito do município Libertador de Caracas, o chavista Jorge Rodríguez, acusou Ledezma e o deputado Julio Borges de serem os autores intelectuais da tentativa de golpe de Estado desarticulado no último dia 11.

O presidente do parlamento venezuelano, o governista Diosdado Cabello, afirmou que estavam envolvidos no suposto complô, chamado de “plano Jericó”, os opositores Antonio Ledezma, Julio Borges, Maria Corina Machado e Diego Arria, ex- embaixador da Venezuela na ONU.

Ledezma desmentiu as acusações e disse que “até agora, no regime de Maduro já aconteceram 12 supostos golpes de Estado. Os que têm o golpismo no sangue são os senhores que fazem parte do governo”. EFE

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