Humala aceita renúncia de primeiro-ministro e escolhe mulher como sucessora

Lima, 22 jul (EFE).- O presidente do Peru, Ollanta Humala, aceitou nesta terça-feira a renúncia do primeiro-ministro, René Cornejo, que será substituído pela atual ministra de Trabalho, Ana Jara, informou à Agência Efe um porta-voz oficial.

Segundo a fonte, o governo não oferecerá maiores detalhes sobre os motivos da renúncia de Cornejo e Jara jurará ao cargo em cerimônia que será realizada ainda hoje.

Jara será a sexta presidente do Conselho de Ministros do governo de Humala, que começou em julho de 2011, e a segunda mulher na história peruana a assumir esse cargo, após Beatriz Merino, que o exerceu durante o governo de Alejandro Toledo (2001-2006).

Cornejo, que assumiu em fevereiro, deixou o cargo depois que o presidente Humala lhe pediu na segunda-feira a renúncia de um assessor envolvido em uma campanha de difamação contra um legislador opositor.

Um programa jornalístico denunciou no domingo que um assessor de Cornejo, Luis Zegarra, estava ordenando uma campanha de desprestígio contra o legislador Víctor Andrés García Belaúnde, em aparente represália pela denúncia apresentada pelo parlamentar contra o chefe de gabinete.

A denúncia contra Cornejo se baseia na participação de uma empresa fundada pelo primeiro-ministro em licitações com o Estado, o que foi objeto de uma denúncia perante a procuradoria por conflito de interesses.

Humala acrescentou que em seu governo não vai “permitir este tipo de práticas”.

O primeiro-ministro declarou no domingo ao programa “Cuarto Poder”, autor da reportagem, que Zegarra tinha sido afastado de seu cargo e destacou que seu ex-assessor tinha atuado por própria vontade e sem seu consentimento.

No entanto, o parlamentar García Belaúnde pediu a Humala a retirada de Cornejo da presidência do Conselho de Ministros porque, em sua opinião, tinha conhecimento desta campanha difamatória, uma vez que Zegarra era seu homem de confiança. EFE