Human Rights Watch teme que Kremlin endureça política interna após Olimpíadas
Moscou, 21 jan (EFE).- O Kremlin voltará a endurecer contra as liberdades civis e à oposição depois dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, advertiu nesta terça-feira em Moscou a ONG americana Human Rights Watch (HRW), que apresentou seu relatório anual sobre os direitos humanos no mundo todo.
“Tenho a impressão que quando terminarem as Olimpíadas, a perseguição aos ativistas de direitos humanos, o endurecimento das políticas ressurgirá com mais força”, advertiu a diretora da ONG Rússia, Tatyana Lokshina.
A ativista tachou a recente anistia geral, aprovada em dezembro e que deixou em liberdade alguns dos presos políticos mais conhecidos, de maquiagem para a comunidade internacional às vésperas dos Jogos Olímpicos, que começam em pouco mais de duas semanas.
Ao mesmo tempo, Tatyana denunciou que depois das maciças manifestações de 2011 contra o presidente russo, Vladimir Putin, a tática escolhida pelo Kremlin para desviar a atenção foi a de identificar um inimigo comum, “o outro, o que não é dos nossos”, papel atribuído aos imigrantes e homossexuais.
O debate público das chamadas leis contra a propaganda da homossexualidade entre os menores de idade “esteve acompanhado de uma retórica homofóbica dos meios de comunicação e de pessoas públicas, assim como de uma escalada de delitos motivados por um crescente ódio pelas minorias sexuais”, denunciou.
A diretora adjunta da HRW para a Europa e Ásia Central, Rachel Denber, ressaltou que a Rússia, da mesma forma que outros muitos Estados, “se defendeu com a maioria eleitoral e também no apoio popular a suas iniciativas mais polêmicas para iniciar um marco legal discriminatório”.
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