Hungria decreta prisão preventiva para detidos por caminhão com corpos
Budapeste, 29 ago (EFE).- Um juiz do tribunal da cidade húngara de Kecskemet decretou a prisão preventiva neste sábado de quatro pessoas envolvidas na tragédia dos 71 refugiados encontrados mortos em um caminhão no leste da Áustria.
De acordo com a imprensa local, o juiz aceitou o pedido dos promotores para estabelecer um mês de prisão preventiva contra os três búlgaros e um afegão por conta da “natureza excepcional do crime” e por participarem de uma quadrilha de tráfico de pessoas. Eles também alegaram que havia risco de fuga, potenciais ações de encobrimento e o perigo de influenciar o depoimento de possíveis testemunhas.
Na quinta-feira passada a polícia austríaca encontrou em um caminhão frigorífico abandonado na beira de uma estrada os corpos de 71 pessoas, provavelmente refugiados sírios, entre eles quatro menores.
Um jornal austríaco calculou que em um espaço de apenas 15 metros quadrados e hermeticamente fechado, 71 pessoas teriam morrido por falta de oxigênio depois de 63 minutos. De acordo com as autoridades do país, quando o caminhão foi descoberto, os imigrantes já estavam mortos há 24 ou 36 horas.
Foi necessário quase um dia inteiro para contar todos os corpos, pois estavam sobrepostos uns nos outros e em estado de decomposição e foi preciso que abaixar as temperaturas para fazer o trabalho. O Centro de Medicina Legal de Viena está praticando das autópsias para determinar a causa da morte e tentar identificar os imigrantes.
Ontem, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse estar “horrorizado e com o coração partido” pelas vítimas desta tragédia e as mais de 80 mortes registradas após dois naufrágios na Líbia.
Para a polícia austríaca, os quatro presos são os elementos inferiores na hierarquia de uma organização de tráfico de pessoas. EFE
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