Hungria estenderá cerca antirrefugiados até fronteira com a Romênia

  • Por Agencia EFE
  • 15/09/2015 13h22

(Acrescenta a reação da Romênia).

Budapeste, 15 set (EFE).- O governo da Hungria anunciou nesta terça-feira que estenderá para sua fronteira com a Romênia a cerca levantada na divisa com a Sérvia para deter a entrada de refugiados, publicou a agência “MTI”.

“O governo decidiu sobre a preparação da construção de uma cerca na fronteira com a Romênia, até uma distância razoável, da fronteira húngaro-sérvio-romena”, informou o ministro de Relações Exteriores Péter Szijjártó.

A medida é necessária, acrescentou o ministro, pois a cerca já construída na fronteira com a Sérvia poderia desviar as rotas dos refugiados para a Romênia e de ali de volta a Hungria, acrescentou o ministro.

Por enquanto, se tratam só dos preparativos para depois, em uma data não determinada ainda, construir uma cerca, projeto que o governo húngaro já informou o romeno, indicou Szijjártó.

A Romênia soube minutos antes da decisão ser anunciada publicamente, e a qualificou de incorreta, afirmou em comunicado o Ministério de Relações Exteriores da Romênia.

“O levantamento de uma cerca entre dois Estados-membros da União Europeia e que são parceiros estratégicos não é um gesto correto do ponto de vista político, nem em conformidade com o espírito europeu”, acrescentou a nota.

O ministro húngaro também não detalhou a extensão que esta cerca teria, e só disse que, provavelmente, será construída até o rio Maros, a cerca de 20 quilômetro da fronteira com a Sérvia.

O governo húngaro declarou hoje “estado de crise” em duas províncias na fronteira com a Sérvia pela chegada de milhares de refugiados nas últimas semanas.

O estado de crise durará meio ano (com a possibilidade de prorrogá-lo) e nestes seis meses o Estado pode intensificar os controles fronteiriços, e a polícia e o exército assumirem as tarefas de registrar os solicitantes de asilo.

A Hungria selou ontem sua fronteira aos refugiados e só tramitará pedidos de asilo de cidadãos de zonas de conflito que tiverem documentação ao chegarem aos pontos de entrada oficiais e, a partir de hoje, aplicará uma draconiana legislação que estabelece penas de três anos de prisão para quem entrar no país ilegalmente.

As autoridades da Hungria interceptaram só este ano mais de 200 mil refugiados que entraram no país ilegalmente, segundo a polícia do país. EFE

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