Hungria intercepta trem com refugiados e desarma 40 policiais croatas

  • Por Agencia EFE
  • 18/09/2015 22h40

Budapeste, 18 set (EFE).- As autoridades húngaras interceptaram nesta sexta-feira um trem que transferia refugiados da Croácia à Hungria, desarmaram cerca de 40 policiais croatas que os custodiavam e detiveram o maquinista, segundo o chefe da unidade de emergências húngara, Gyorgy Bakondi.

Bakondi explicou que o trem croata chegou à passagem fronteiriça húngara de Magyarbóly sem aviso prévio, tal como os demais trens e ônibus que chegaram da Croácia e que somaram hoje um total de 4.000 refugiados, segundo declarações recolhidas pela emissora estatal “M1”.

As forças de segurança húngaras registraram e desarmaram os agentes croatas antes de devolvê-los a seu país, enquanto as centenas de refugiados que viajavam no trem foram transferidos a um centro para serem identificados e registrados.

O porta-voz do governo húngaro, Zoltan Kovacs, definiu o incidente como uma “violação grave do direito internacional” por parte da Croácia, pelo fato de os agentes entrarem em território húngaro sem o consentimento do Executivo húngaro.

Com a chegada de cerca de 17.000 refugiados em menos de 72 horas, o primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, declarou que seu país de 4,2 milhões de habitantes já não podia fazer frente à situação e dirigiu os recém chegados em trens e ônibus à vizinha Hungria.

O ministro das Relações Exteriores húngaro, Peter Szijjarto, disse em entrevista coletiva em Belgrado que não existe nenhum acordo entre Budapeste e Zagreb sobre a transferência de refugiados à Hungria e criticou duramente a Croácia.

Szijjarto pediu às autoridades croatas para “não propagar mentiras” sobre um acordo, ao mesmo tempo em que reiterou que a Hungria já começou a erguer uma nova cerca ao longo de 41 quilômetros da fronteira croata para impedir a passagem ilegal de migrantes.

“Ao invés de ajudar pessoas, a Croácia está encorajando massas e massas de pessoas a cometer um crime, já que o cruzamento ilegal da fronteira é um delito”, sustentou Szijjarto, em alusão à legislação que entrou em vigor esta semana na Hungria.

A Hungria selou na terça-feira passada sua fronteira com a Sérvia e a onda de refugiados que chegaram nas últimas semanas ao país se dirigiu à Croácia com o objetivo de seguir seu caminho rumo à Europa Ocidental. EFE

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