Hungria registra mais de 2.700 novos refugiados a caminho do Ocidente

Budapeste, 9 set (EFE).- As autoridades da Hungria interceptaram 2.770 refugiados nesta terça-feira que cruzaram ilegalmente a fronteira sul com a Sérvia, fazendo com que o número de imigrantes que chegaram ao país neste ano supere os 170 mil, informou nesta terça-feira a polícia.

A rotina dos dias anteriores se repete hoje na estação de trens de Keleti, na capital Budapeste, com centenas de refugiados que tentam entrar nos trens com destino a Áustria e Alemanha, de acordo com informações do site “index”.

No entanto, a situação em Keleti parece ter se estabilizado, já que a maioria dos refugiados que chegam ao terminal, procedentes de outros pontos do país, consegue seguir viagem rumo à fronteira austríaca.

No ponto de reunião da cidade de Röszke, perto da fronteira com a Sérvia, a tensão continua, já que muitos refugiados se veem obrigados a passar a noite no local, enquanto esperam sua transferência para um dos centros de registro próximos.

Centenas de refugiados tentaram fugir ontem do local, mas foram detidos poucas horas depois pela polícia.

Os imigrantes se queixam das longas esperas e das más condições no primeiro centro de acolhimento.

Além disso, os refugiados tentam evitar seu registro pelas autoridades húngaras para que possam apresentar suas solicitações de asilo na Alemanha e em outros países do norte da Europa, para não correrem o risco de serem devolvidos à Hungria.

Centenas de refugiados continuam chegando hoje através da ferrovia, onde há um “buraco” na cerca que bloqueia a fronteira para que os trens possam passar, informou hoje a emissora pública de televisão “M1”.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) anunciou que, para aliviar a situação no ponto de reunião de Röszke, a ONU fornecerá dezenas de barracas para melhorar as condições no local, já que durante a noite as temperaturas caem para entre 10 e 15 graus centígrados.

A Acnur pediu ontem ao governo húngaro que melhore as condições de recepção para os solicitantes de asilo que chegam ao país e simplifique o processo de registro dos refugiados. EFE