Iêmen acusa rebeldes xiitas de violar trégua após tomada de Amran

  • Por Agencia EFE
  • 09/07/2014 11h55
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Sana, 9 jul (EFE).- O governo do Iêmen acusou nesta quarta-feira o movimento rebelde xiita dos houthis de violar acordos de cessar-fogo com a conquista na terça-feira da cidade de Amran, ação que será analisada pelo Conselho de Segurança da ONU.

A Comissão Suprema Militar e de Segurança, liderada pelo presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, denunciou em comunicado que os insurgentes xiitas atacaram o batalhão 310 do exército em Amran, poucas horas após ter assinado uma trégua.

“Traíram o acordo”, afirmou um comunicado da comissão, que responsabilizou “legal e moralmente os milicianos xiitas de todo o sucedido em Amran”.

Na segunda-feira passada, ambos os lados assinaram um acordo que estipulava a retirada dos rebeldes de todas as instituições governamentais de Amran, a 50 quilômetros ao norte da capital Sana, em troca da saída das tropas da cidade.

As autoridades pediram aos houthis que abandonassem todas as sedes governamentais e quartéis militares de Amran, cenário de enfrentamentos há dois meses.

Os soldados do batalhão 310 permanecem no quartel como reféns e o general que comandava o local morreu.

Uma fonte de segurança disse à Agência Efe que os milicianos xiitas se apropriaram de 45 tanques e de mais de 20 lançadores de projéteis.

O comitê governamental mediador formado pelo presidente iemenita acusou os houthis de violar o cessar-fogo: “São responsáveis por toda a dramática situação que se vive em Amran”, acrescentou.

A agência oficial “Saba” informou que o enviado especial da ONU para o Iêmen, Jamal Benomar, comunicou a Hadi que o Conselho de Segurança realizará hoje uma reunião urgente para analisar a situação em Amran.

Benomar responsabilizou os houthis pelas consequências da ofensiva em Amran, como também fez o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (CGG), Abdel Latif al Ziani, que pediu aos insurgentes que se retirassem de seu reduto na província de Saada.

O movimento xiita enfrenta em Amran o exército e combatentes tribais sunitas do partido Reforma Islâmica, adversário histórico dos houthis, em combates que não terminaram apesar das tréguas assinadas.

Há quatro dias, dezenas de combatentes houthis morreram em combates e bombardeios do exército iemenita na periferia de Amran, lançados em resposta a vários ataques simultâneos realizados pelos xiitas contra sedes do exército.

Os houthis, que pegaram em armas em 2004 liderados por Hussein al Huti, pai do atual líder do grupo, controlam desde 2010 a província de Saada e procuram há meses ampliar as regiões sob seu domínio. EFE

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