Igreja Católica na Austrália vincula celibato com casos de pedofilia

  • Por Agencia EFE
  • 12/12/2014 00h51

Sydney (Austrália), 12 dez (EFE).- A Igreja Católica na Austrália considerou, pela primeira vez, o celibato como um fator que pode ter contribuído para os casos de pedofilia envolvendo sacerdotes, segundo um relatório publicado nesta sexta-feira.

“O celibato obrigatório pode ter contribuído para o abuso em algumas circunstâncias”, diz o texto do Conselho de Justiça, Verdade e Conciliação, que coordena a posição da Igreja Católica para a comissão governamental responsável por analisar as respostas das instituições australianas aos abusos sexuais de menores ocorridos no seio de instituições públicas, sociais e religiosas.

O documento também admite que alguns líderes religiosos aparentemente “abafaram” esses abusos em ordens e dioceses e tentaram proteger a reputação da Igreja Católica, ao invés de velar pelo bem-estar dos menores, segundo a agência australiana “AAP”.

Além disso, recomenda uma reforma nos procedimentos para lidar com as queixas das vítimas, oferecendo assistência ao invés de enfrentamento, assim como pede abertura diante dos eventuais julgamentos em casos desse tipo.

O diretor-executivo do Conselho, Francis Sullivan, considerou que tal afirmação pode gerar polêmica entre os líderes religiosos, mas insistiu que seu órgão agiu com independência.

Em 2012, a Igreja Católica confirmou 620 casos de abusos contra menores cometidos por sacerdotes na Austrália desde a década de 1930, uma revelação inédita no país.

Também em 2012, a polícia do estado de Nova Gales do Sul acusou a Igreja de tentar acobertar tais crimes, de tentar silenciar as investigações e destruir provas cruciais para evitar processos judiciais.

As autoridades criaram uma comissão de investigação sobre as respostas institucionais aos abusos de menores cometidos em instituições sociais, religiosas e públicas. EFE

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