Ilan: há interlocução na equipe econômica, mas responsabilidade final não é do BC

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/12/2016 16h32
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Novo presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta terça-feira (13) que tem uma boa interlocução com o restante da equipe econômica, incluindo discussão de medidas, mas deixou claro que a responsabilidade final nesses casos não é do BC, que tem como foco a política monetária. “Pensamos juntos com o resto da equipe econômica, mas cada um no seu quadrado”, comentou durante evento promovido pela Universidade de Columbia, em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) e a FecomércioSP.

Ilan também foi questionado sobre a participação do setor externo na retomada da economia brasileira. Segundo ele, existe muita coisa a ser feita nessa área para trazer melhorias, mas novamente ele deixou claro que essa não é sua função. “Sou francamente a favor de maior abertura comercial, mas isso é área de outro ministro”.

Durante a sessão de perguntas e repostas no evento, Ilan reforçou que o Brasil não vive uma típica crise de países emergentes, mas sim uma crise de alavancagem, mais normal em economias desenvolvidas. 

PEC do Teto

O presidente do Banco Central avaliou também que a proposta de emenda constitucional que estabelece um teto aos gastos públicos – a PEC do Teto – é importante para que o Brasil tenha um juro estrutural menor.

Ao participar de seminário na capital paulista, Goldfajn pediu aplausos à aprovação da matéria no Senado, sendo atendido pelos presentes. Segundo ele, o projeto vai na raiz do problema fiscal, enfrentando despesas crescentes que eram financiadas via inflação entre a década de 80, aumento de carga tributária, e, por fim, escalada da dívida pública.

Goldfajn lembrou que a saída via alta de impostos passou a ser percebida como entrave ao crescimento, citando a rejeição da volta da CPMF. 

Na avaliação do presidente do BC, a PEC dos gastos vai obrigar o País a fazer escolhas. “Sem reduzir gastos correntes, teremos menos recursos a investimentos (…) Antes, era como se tudo coubesse (no orçamento)”.

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