Imagens de celular podem identificar parte dos autores de linchamento no Guarujá

  • Por Agência Brasil
  • 05/05/2014 20h58
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As investigações para apontar os autores do boato e os responsáveis pelo linchamento que vitimou a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, ainda estão em fase inicial. O caso está sob responsabilidade do 1º Distrito Policial de Guarujá. Segundo o investigador Nivaldo Ribeiro, a Polícia Civil já ouviu os parentes da vítima, mas ainda não sabe quantas pessoas participaram do linchamento. Imagens registradas por aparelhos celulares podem ajudar a identificar parte dos agressores.

Fabiane morreu na manhã de hoje (5), dois dias após ter sido espancada por moradores da comunidade de Morrinhos, no Guarujá, no litoral de São Paulo. O linchamento aconteceu no início da noite de sábado (3). Fabiane foi amarrada e agredida até a chegada da Polícia Militar que teve que fazer um cordão de isolamento para evitar que a população continuasse a agredir a dona de casa.

Informações divulgadas em redes sociais dão conta que a dona de casa foi agredida com base em um boato que alertava pais e mães para não deixarem seus filhos nas ruas, porque poderiam ser alvo de sequestro para rituais macabros. Fabiane foi confundida com um retrato falado divulgado com o boato. 

Hoje à tarde, o corpo da dona de casa foi liberado no Instituto Médico-Legal do Guarujá. O velório acontecerá esta noite e o enterro está previsto para a manhã desta terça-feira (6), no cemitério Jardim da Paz Morrinhos. Ainda de acordo com Ribeiro, o laudo do IML deve precisar o motivo da morte de Fabiana, que era casada e mãe de dois filhos.

O boato sobre a falsa sequestradora ganhou repercussão a partir de comentários de internautas na página do Facebook Guarujá Alerta. Seguida por mais de 51 mil pessoas, a página divulga informações, reclamações e sugestões dos moradores da cidade.

A página chegou a esclarecer que as informações não passavam de boatos e que não havia registro de sequestro de crianças no município. No dia 28 de abril, os responsáveis já alertavam as pessoas de que “tudo não passava de boatos”. Um dia antes do linchamento, os responsáveis pela página publicaram um post no qual dizem ter recebido mensagens sobre a suposta sequestradora, mas “que até o momento não há nenhum registro de criança sequestrada na delegacia do Guarujá”.

Após o ocorrido,  a página chegou a ser apontada como autora do boato. Hoje, os responsáveis pela página disseram que estão colaborando com as investigações e que, por enquanto, não se manifestarão sobre o assunto “para não atrapalhar o trabalho da polícia.”

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