Imãs franceses encontram papa e pedem que muçulmanos “saiam às ruas”

  • Por Agencia EFE
  • 08/01/2015 12h08
  • BlueSky

Roma, 8 jan (EFE).- O papa Francisco recebeu na quarta-feira, em audiência pública, quatro imãs franceses que condenaram o atentado em Paris à revista “Charlie Hebdo” e encorajaram a “maioria silenciosa” muçulmana a sair às ruas, segundo revelou nesta quinta-feira a revista católica “Roma Sette”.

O pontífice recebeu na primeira audiência pública do ano ao reitor da mesquita Othman de Villeurbanne, Azzedine Gaci, o da Grande Mesquita de Bordeaux, Tareq Oubrou, o presidente de honra do Conselho Francês do Culto Muçulmano (Cfcm), Mohammed Moussaoui, e o diretor do Instituto Al Ghazali da Grande Mesquita de Paris, Djelloul Seddiki.

Oubrou convidou “a maioria silenciosa dos muçulmanos” a se mobilizar para que “saiam às ruas” porque “os muçulmanos estão traumatizados e presos a ignorantes que não pertencem à comunidade”, segundo “Roma Sette”, órgão do Vicariado da capital italiana.

Em referência ao atentado, Oubrou disse que “nada justifica tal crime, a sangue frio e por corações de pedra” aos quais a fé não tocou e com os quais “não podem ser vinculados nem Deus e nem o Profeta”.

Além disso, Oubrou acrescentou que “não há nenhum elemento religioso” em um ato que denominou como “o resultado da ignorância, da fascinação pelo heroísmo e pelos vídeogames, da confusão entre o real e o virtual”.

O papa também conversou com o bispo de Evry-Corbeil-Essonnes e presidente do Conselho para as relações interreligiosas da Conferência de Bispos da França, monsenhor Michel Dubost, que apostou pela confiança para conseguir a amizade, a integração e a coesão.

“A única resposta é a mão estendida. Este tipo de atentado revela a anarquia. Quando a única razão de viver se transforma na violência, se perde o sentido”, assegurou Dubost, que pediu aos cristãos que “promovam inclusive mais o bom senso, o viver juntos, em comunidade”, segundo recolhe a revista.

O bispo insistiu que “a única resposta para a violência e o terrorismo é a mão estendida, a confiança. Uma palavra amistosa, de integração, de coesão”. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.