Imigrantes não vêm para ficar aqui, diz porta-voz do governo acriano
Governador do Acre se reúne nesta quinta-feira (21) com representantes federais em Brasília para discutir a situação dos imigrantes haitanos. De acordo com Rio Branco, desde 2010 quase 40 mil imigrantes entraram no Brasil, mas apenas 50 ficaram no Estado.
Em entrevista ao repórter Tiago Muniz, o porta-voz do governo do Acre, Leonildo Rosas destacou que os números apresentados são uma “demonstração clara que os imigrantes não vêm para ficar no Acre”.
Segundo Rosas, o fluxo de haitianos é contínuo e o Estado não tem mais condição de manter um atendimento humanitário. “O Governo federal vai assumir responsabilidade, mas estamos em processo de transição”, explicou.
O problema com a imigração não é apenas no Brasil, nas últimas semanas teve-se notícia de imigrantes chegando pelo Mediterrâneo. “O mundo inteiro está vivenciando. (…) É um assunto complexo que não podemos resolver em cinco dias”, disse.
Ele ressaltou ainda as conversas entre os governos do Acre e São Paulo e o Governo federal e disse que este “tem sido parceiro do governo do Acre e vai ser parceiro dos outros governos”.
Rosas informou ainda que não é o governo acriano que toma providências em relação ao transporte dos imigrantes para outros Estados. “Alguns imigrantes saem voluntariamente para outros Estados brasileiros. Muitos chegam com recurso próprio e vão para outros Estados”.
Sobre as condições humanitárias tidas no Acre, Leonildo Rosas destacou que o abrigo que recebe os imigrantes está superlotado. “As condições não são tão adequadas como eram no início. Damos alimentação e ajudamos com a documentação. Quanto aos transportes, eles optam por ir para outros Estados”, finalizou.
Em São Paulo, a notícia nesta terça-feira (19) do envio de quase mil imigrantes haitianos pelo governo do Acre causou preocupação. Desde quinta-feira (14), 22 ônibus saíram de Rio Branco com direção a capital paulista. O transporte custará R$ 1 milhão e será bancado pelo Ministério da Justiça. A secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura afirmou que a medida tomada pelo governo acriano causa grande desconforto.
O prefeito Fernando Haddad disse que não há problemas em receber os imigrantes, mas reclamou da falta de aviso. “Ontem mesmo, o secretário de Direitos Humanos ligou para Brasília e para o Acre pedindo um pouco mais antecedência. É difícil receber de última hora. Agora vamos fazer o que for possível para recepcioná-los. Mobilizar as empresas em busca de força de trabalho para que eles possam se alocar o mais rapidamente possível”, disse.
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