Incentivo à inovação precisa ser ampliado, apontam professores e universitários

  • Por Agência Brasil
  • 14/07/2014 17h28
SÃO PAULO, SP, BRASIL, 16-12-2011: A estudante de obstetrícia Jeniffer Farias, 20, e o doutorando em Veterinária, Marcos Vinicius Mendes, 30, pesquisadores do Laboratório de Células-tronco da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP), durante expediente na cidade Universitária, zona oeste da cidade. (Foto: Gabo Morales/Folhapress, MERCADO) Gabo Morales/Folhapress Pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo (USP)

Professores e estudantes universitários da Espanha, de Portugal e da América Latina avaliam que o incentivo à inovação tecnológica precisa ser ampliado. Foram ouvidos cerca de 11 mil entrevistados nesses países. A pesquisa foi feita pela Universia, rede que reúne universidades públicas e privadas de língua portuguesa e espanhola, e faz parte da preparação para o 3º Encontro Internacional de Reitores Universia, que reunirá mais de mil reitores no Rio de Janeiro, nos dias 28 e 29 deste mês.

De acordo com a pesquisa, os países avaliados ficam menos competitivos em comparação às outras nações que têm pesquisa, inovação e o empreendedorismo entre as prioridades.

Para o reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), Carlos Alberto Netto, presidente do comitê acadêmico do encontro de reitores, a cultura de inovação tecnológica é praticamente inexistente no Brasil. “Isso representa, de fato, um desperdício da capacidade dos nossos professores, técnicos e estudantes que têm muitas ideias interessantes, trabalhos na área do conhecimento, e poderiam dar uma contribuição maior para a sociedade”.

Segundo Netto, o País dispõe de mecanismos para estimular a inovação, como agências de fomento estaduais, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Porém, falta uma integração dos pesquisadores com as empresas. “Acho que falta ao Brasil ainda juntar o potencial criativo inovador das nossas universidades com as empresas”.

O reitor da UFRS observou que o Brasil tem uma economia pujante, mas ainda muito baseada em commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional), que têm menos valor agregado. “Como usar esse potencial criativo que reside na qualidade dos nossos professores, alunos e técnicos dedicados à pesquisa científica para que isso se transforme também em inovação e que essa inovação, por sua vez, se transforme em produtos que cheguem ao mercado”, destacou.

Durante o encontro no final do mês, os reitores discutirão qualidade e renovação do ensino; organização, governo e financiamento; universidade e entorno social e internacionalização. As edições anteriores ocorreram em 2010, em Guadalajara, no México; e em 2005, em Sevilha, Espanha.

Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil // Edição: Carolina Pimentel

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