Incidente na fronteira com Paquistão termina com 8 policiais afegãos mortos

  • Por Agencia EFE
  • 19/08/2015 06h17
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Cabul, 19 ago (EFE).- Pelo menos oito policiais do Afeganistão morreram e outras 11 pessoas ficaram feridas por supostos disparos do exército do Paquistão efetuados do outro lado da fronteira, em meio a um aumento da tensão política entre ambos países, segundo o governo afegão.

Em um ataque sem precedentes nos últimos anos, o Ministério das Relações Exteriores afegão responsabilizou ontem à noite em comunicado “o fogo de artilharia pesada de militares paquistaneses” pela morte de oito membros da Polícia Nacional Afegã de Fronteiras (ANBP).

As forças paquistanesas abriram fogo na segunda-feira em um distrito remoto da província oriental afegã de Kunar, disse nesta quarta-feira à Agência Efe Abdul Ghani Mosamem, porta-voz do governador regional, acrescentando que outros sete policiais e quatro civis ficaram feridos no tiroteio.

Mosamem declarou ainda que essas tropas também atearam fogo a um bazar de uma área fronteiriça do distrito.

De acordo com a nota do Ministério Relações Exteriores afegão, na segunda-feira ocorreram tiroteios “antes e depois do meio-dia”, razão pela qual Cabul protestou ontem com o país vizinho por via diplomática através do embaixador paquistanês no Afeganistão, Sayed Abrar Hussain.

“A continuação destes movimentos vai contra as regulações de relações internacionais e os princípios de vizinhança e terá um impacto negativo nas relações entre os dois países vizinhos”, concluiu o comunicado.

As trocas de tiro entre forças afegãs e paquistanesas não são comuns na linha de Durand, a fronteira de mais de 2.500 quilômetros que separa ambas nações, e o incidente da segunda-feira é o mais grave nos últimos anos.

O Paquistão intensificou os bombardeios na região fronteiriça com o Afeganistão contra fortificações talibãs após o assassinato no fim de semana passado de um ministro regional e de outras 17 pessoas.

A agência de inteligência afegã acusou na semana passada o exército e os serviços secretos do Paquistão de dirigir diretamente os talibãs, como parte de uma guerra de terceiros contra Cabul.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, exigiu a Islamabad que combata de forma decidida os insurgentes em seu solo e rejeitou sua intervenção nas negociações de paz entre Cabul e os talibãs, suspensas de forma temporária recentemente. EFE

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