Inclusão social é o principal desafio para as cidades latino-americanas

  • Por Agencia EFE
  • 11/06/2015 04h23
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Nova York, 10 jun (EFE).- Quatro prefeitos latino-americanos, entre eles o da cidade de Fortaleza, Roberto Cláudio, defenderam nesta quarta-feira em Nova York seus modelos de política local e coincidiram em apontar que a luta contra as desigualdades e a violência deve ser coordenada com o desenvolvimento urbano sustentável baseado na inclusão social.

Cláudio e os prefeitos de Medellín (Colômbia), Aníbal Gaviria; Guayaquil (Equador), Jaime Nebot; e Cidade do Panamá (Panamá), José Blandón, destacaram o papel das cidades para o progresso da região em uma conferência organizada pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

“A América Latina é a região mais urbanizada do mundo em desenvolvimento: 80% de seus habitantes vivem em cidades, e entre 25% e 50% destes se encontram em condições precárias. Se falamos da inclusão de uma região, as cidades são o eixo mais importante”, disse à Agência Efe o vice-presidente de desenvolvimento social da CAF, José A. Carrera.

O prefeito de Medellín explicou o “modelo de avanço” para reduzir as desigualdades e a violência nas cidades, fatores que estão interrelacionados, depois que a taxa de homicídios na segunda maior cidade da Colômbia caiu 96% nos últimos 23 anos e o índice de pobreza extrema também baixou, de 8% para 2,8%.

Gaviria disse à Efe que as chaves para o progresso urbano passam pela construção de espaços públicos, “espaços de igualdade” para “derrubar fronteiras e muros”, e pela educação, onde deve haver investimento desde os primeiros períodos até a educação superior.

“Não há uma fórmula mágica, mas elementos básicos. Os dois principais desafios de Medellín continuam sendo a diminuição das desigualdades e a redução da violência”, opinou.

Seu colega em Guayaquil, outra cidade-modelo de desenvolvimento urbano na América Latina, coincidiu com Gaviria no que tange a construção de espaços públicos de qualidade, como escolas, bibliotecas e parques, pois “isto gera autoestima e vontade de prosperar, reduz a violência, une à família e gera emprego, economia e turismo”.

Nebot afirmou que sua administração está concentrada em manter contas saneadas e em gerar “trabalho para fora, devolvendo o dinheiro em obras e serviços e não criando emprego para os partidos políticos”.

“Nós gastamos 15% do orçamento com salários e os 85% restantes são investidos, nossa dívida pública se satisfaz com 4% do orçamento e temos menos burocracia do que há 15 anos quando eu cheguei, com um orçamento sete vezes maior”, disse Nebot à Efe.

Roberto Cláudio, por sua vez, considerou a gestão do turismo como um dos principais desafios de Fortaleza, que busca encontrar um modelo que permita o desenvolvimento turístico sustentável no longo prazo, tanto em nível ecológico como socioeconômico, para que seus benefícios também cheguem aos mais pobres.

Finalmente, Blandón, destacou o potencial do Panamá e assegurou que a descentralização do país centro-americano é uma condição básica para reduzir as desigualdades em sua capital.

O evento, que aconteceu na universidade The New School, em Manhattan, foi organizado dentro da Cúpula Mundial de Cidades, aberta ontem pelo prefeito de Nova York, Bill de Blasio, e na qual participam representantes de quase 100 cidades. EFE

ab/rpr

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