Índia reduz velocidade de trens para evitar atropelamento de leão raro

  • Por Agencia EFE
  • 04/07/2014 06h37
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Luis Ángel Reglero.

Nova Délhi, 4 jul (EFE).- A companhia de ferrovias da Índia decidiu reduzir a velocidade dos trens no entorno do parque Gir, o principal santuário do leão asiático, para evitar atropelamentos dos poucos exemplares desta subespécie.

O Departamento de Florestas do estado de Gujarat, no oeste do país, trabalha em conjunto com a companhia estatal Western Railways para preservar estes animais ameaçados, contou à Agência Efe um de seus oficiais, R.L. Meena.

Felizmente, “a população da espécie aumenta”, já que há não muitos anos ela estava em risco de desaparecer, e este aumento representa mais leões que vagam pela reserva e seus arredores, que é onde surge o problema, comentou Meena.

Pelo menos quatro destes felinos morreram atropelados por trens nas áreas menos florestosas pelas quais a ferrovia cruza os arredores do santuário, segundo ele.

Além de reduzir a velocidade na passagem pelos pontos de maior risco de atropelamento, os responsáveis pela conservação do leão asiático em Gir solicitaram uma mudança de horários à Western Railways.

O objetivo é fazer com que os trens de carga que passam pela região evitem o amanhecer e o entardecer, quando estes animais tendem a se deslocar.

Os condutores dos trens conhecem, graças às instruções que receberam de conservacionistas, as horas em que os leões costumam se deslocar e por quais lugares o fazem em busca de água ou comida, por isso evitam passar nesses momentos e pontos concretos.

A redução da velocidade e a modificação de horários dos comboios de mercadorias são medidas paralelas a outras, como a instalação de cercas com arame farpado por parte dos gerentes da reserva, para dissuadir os animais a cruzar as vias.

Outras soluções, neste caso a cargo das ferrovias estatais, são as passagens subterrâneas, para que os leões e outras espécies se acostumem a utilizá-las sem passar sobre os trilhos.

Um porta-voz da empresa, Pradeep Sharma, aponta que os trens passam “ao mínimo” de velocidade pelas zonas de risco, “tudo para de evitar a colisão” com estes animais.

“Os condutores são advertidos do que têm que fazer ao passar por lá, porque se trata de garantir a vida dos leões”, declarou Sharma à Efe.

As mortes de alguns espécimes ocorrem principalmente no distrito de Amreli, por onde passam adultos com filhotes.

O parque nacional Gir é o último reduto do leão asiático em liberdade, com uma população em torno de 400 exemplares, o dobro da que havia na década de 1970.

Pelo menos outros cem destes grandes felinos transitam fora do parque no distrito, enquanto em zoológicos de diferentes países, segundo dados da National Geographic, calcula-se que haja cerca de 200.

A reserva foi declarada zona protegida em 1965 devido ao alarmante declínio da população do leão asiático em liberdade e ocupa pouco mais de 1.400 quilômetros quadrados, destinados a preservar a subespécie, de nome científico “Panthera leo persica”. EFE

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