Índice de devolução de imóveis na planta triplicou, mostra pesquisa

  • Por Jovem Pan
  • 27/07/2015 10h01
Kelsen Fernandes/ Fotos Públicas São Paulo Prédios em São Paulo

Reflexos da crise econômica fazem mercado imobiliário passar por reviravolta com aluguéis em baixa e devoluções de unidades financiadas. Depois do “boom” da última década, o brasileiro se vê obrigado a acordar do sonho da casa própria diante da falta de crédito e da ameaça do desemprego.

Os especialistas na área alertam que a prestação não deve ultrapassar 30% da renda familiar. Caso contrário, outras áreas como educação, saúde, alimentação, vestuário e lazer podem ser comprometidas. Dados da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias revelam que o índice de devolução de imóveis na planta triplicou nos últimos três anos.

O advogado Márcio Bueno, especialista no setor, diz a Renata Perobelli que o comprador não deve perder a totalidade já paga. “Os nossos tribunais já têm decidido há algum tempo que a devolução deve ser entre 60% e 70% do valor pago, daí tira-se as despesas da construtora, os impostos que ela pagou”, e destaca, “em alguns casos mais pontuais, o Supremo Tribunal de Justiça chega até 80%, que são aquelas pessoas que já pagaram um percentual muito grande do preço do imóvel, mas não tem nenhuma decisão que eu conheça que estabelece menos de 60 % do valor pago”. O advogado Márcio Bueno acrescenta que no caso dos alugueis, a negociação pode ser a saída, se a mensalidade apertar.

A empresária do ramo de imóveis, Sueli Pacheco, revela que a espera é longa para uma nova locação de espaços residenciais e comerciais. “Está prevalecendo no mercado o entendimento entre inquilinos e proprietários de maneira que há muitos imóveis paras escolher e os preços estão sendo renegociados para baixo. Esse proprietário também está desesperado. Há muito tempo não consegue alugar o seu imóvel”, conta.

Para a devolução de imóvel financiado à construtora, o tempo da ação na Justiça é de 6 a 8 anos, portanto um acordo amigável seria mais vantajoso.

Os especialistas orientam os consumidores que não deixem a prestação atrasar por mais de 6 meses.

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