Indonésia instala 582 imigrantes resgatados em aldeia desabitada
Bangcoc, 12 mai (EFE).- As autoridades da Indonésia trabalham nesta terça-feira para instalar em uma aldeia do norte da ilha de Sumatra, desabitada desde o tsunami de 2004, os 582 imigrantes ilegais de Bangladesh e Mianmar (antiga Birmânia) resgatados no domingo passado.
A cidade se chama Paya Bateun e fica a 12 quilômetros de Lhokseumawe, a segunda cidade da província de Aceh, declarou à Agência Efe por telefone Mark Getchell, da representação da Organização Internacional de Migrações (OIM) em Jacarta.
Getchell detalhou que o grupo é formado por 437 homens, 86 mulheres, 26 crianças de menos de três anos e os 33 restantes meninos, adolescentes e jovens de até 17 anos.
Os imigrantes viajavam em uma embarcação que encalhou nas águas de Aceh e tiveram que ser resgatados pelas autoridades.
Esses viajantes passaram a primeira noite no estádio esportivo de Lhokseumwe e agora estão sendo instalados em Paya Bateun, onde a OIM colabora com financiamento, material e pessoal.
Getchell indicou que não encontraram nenhuma caso de saúde grave entre os imigrantes, só problemas de desidratação e desnutrição.
A ideia é restabelecer os serviços de luz e água em Paya Bateun e proporcionar casas estáveis aos novos habitantes, que, enquanto isso, terão que utilizar tendas de campanha militares.
A Marinha indonésia encontrou na segunda-feira em alto-mar outra embarcação que transportava cerca de 400 imigrantes mas, após conversar com eles e saber que se dirigiam à Malásia, lhes proporcionou água, alimentos e combustível e lhes permitiram partir.
As autoridades malaias recuperaram entre a noite de domingo e segunda-feira um terceiro grupo de imigrantes ilegais em águas do arquipélago de Langkawi composto por 1.051 bengalis e rohingyas.
Os rohingyas era 494 homens, 103 mulheres e 61 menores, enquanto os cidadãos de Bangladesh eram todos homens.
A OIM colabora com a Indonésia e a Malásia para atender estas pessoas que terão a oportunidade de solicitar a condição de refugiados e, caso seja negada, o governo local decidirá sua sorte.
Milhares de rohingyas embarcam todos os anos em uma perigosa viagem para outro país do sudeste asiático para fugir da perseguição e da pobreza em Mianmar.
A Organização Nacional Rohingya de Arakan reivindicou na semana passada ações da comunidade internacional, como que a ONU constitua uma comissão investigadora para determinar o número exato de pessoas que morrem nas mãos dos traficantes de pessoas e levar os culpados perante a justiça.
Os rohingyas, umas da minorias mais perseguidas do mundo, segundo as Nações Unidas, não são reconhecidos como cidadãos em Mianmar, onde são qualificados de bengalis, nem na vizinha Bangladesh. EFE
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