Indústria avalia que perda de selo dificulta acesso ao crédito e aprofunda recessão
A indústria avalia que perda de grau de investimento dificulta acesso ao crédito e aprofunda recessão brasileira. Apesar de esperado pelo mercado, o rebaixamento da agência de classificação de risco Standard & Poor´s anunciado na noite desta quarta-feira (9) amplia a crise financeira.
Sem o selo de bom pagador, os investidores externos deixam de buscar o Brasil, tornando o crédito mais caro, além da escassez do dólar. Falando a Marcelo Mattos, o economista Andre Rebelo, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), destaca a perda de confiança no governo. “O que vale no governo não é o que fala, mas o que faz”, disse.
A indústria da construção civil alega que o setor representa 50% do investimento do PIB nacional e depende de crédito para produzir. O presidente do Sinduscon São Paulo, José Romeo Ferraz Neto, afirma que a população e o setor produtivo vão pagar pela política errante do governo. “A conta não fecha. Tem que repensar a forma como o Estado está montado, diminuir esse Estado”, avaliou.
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil lembra que a ausência de segurança deve afetar as operações futuras. José Augusto de Castro avalia que a desvalorização cambial não irá necessariamente beneficiar os produtos brasileiros. “Hoje no cenário internacional você tem os EUA como único que cresce constantemente”, avaliou.
A decisão sobre o rebaixamento da dívida brasileira como de alto risco de calote já era esperada, mas para o próximo ano. A Standard & Poor´s criticou deputados e senadores por dificultar o ajuste e questionar o comprometimento e a coesão do governo para arrumar as contas.
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