Indústria brasileira confia em abertura de novos negócios com a Coreia do Sul

  • Por Agencia EFE
  • 25/04/2015 01h33
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São Paulo, 24 abr (EFE).- A indústria brasileira confia na abertura de novas oportunidades de negócios com a Coreia do Sul, apesar da crise vivida pela economia do país.

Esse foi o recado dado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, após se reunir com a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, que faz visita oficial ao Brasil.

“O momento deste encontro com a Coreia do Sul é oportuno porque o Brasil passa por um período no qual vai abrir oportunidades para comprar e vender produtos”, destacou Skaf depois do encontro.

Para o presidente da Fiesp, existem oportunidades de negócios para empresas sul-coreanas no Brasil, especialmente em áreas “especiais” como a construção civil, a indústria de transformação e o setor de petróleo e gás. Além disso, Skaf avaliou que é “um erro grande” o receio de alguns empresários estrangeiros de investirem neste momento de crise na economia brasileira.

A desconfiança aumentou depois da revelação do escândalo de corrupção na Petrobras e de o Produto Interno Bruto (PIB) ter avançado apenas 0,1% no ano passado, mesma porcentagem prevista pelo governo federal para o crescimento em 2015.

A inflação, também considerando cálculos oficiais, superará o teto máximo de 6,5% da meta proposta e a taxa básica de juros poderá chegar a 13,25% neste ano, de acordo com analistas financeiros consultados semanalmente pelo Banco Central.

Considerando esse cenário econômico, Skaf afirmou que as oportunidades de negócios terão “custos mais acessíveis”.

Park e Skaf participaram na sexta-feira, em São Paulo, do Encontro Empresarial Brasil – Coreia do Sul, que reuniu na sede da Fiesp empresários, investidores e autoridades dos dois países.

No evento, a presidente sul-coreana destacou a necessidade de “fomentar o desenvolvimento” entre seu país e o Brasil, que procura aproveitar a experiência da nação asiática, principalmente, na indústria automotiva e no setor de energias alternativas.Park mencionou a “disposição” de seu governo para uma cooperação bilateral em várias áreas e elogiou a “diversidade cultural” do Brasil, que acolhe uma grande quantidade de imigrantes sul-coreano.

Participaram do encontro altos executivos de empresas sul-coreanas instaladas no Brasil, como Hyundai, Samsung, LG, Korea Eletrical Power Company e Futurerobot.

A Coreia do Sul é a quarta maior economia da Ásia e a 14ª do mundo, com uma atividade baseada na indústria. O Brasil é o 17º na lista de parceiro do país, e tanto a classe empresarial como a presidente Dilma Rousseff, com quem Park se reuniu também hoje em Brasília, confiam que o comércio bilateral de US$ 12,4 bilhões pode crescer ainda mais.

No encontro, as duas presidentes se comprometeram a dar um maior impulso nas relações comerciais e promover o investimento, a fim de apoiar o “crescimento sustentado” de ambas as economias.

Os investimentos sul-coreanos no Brasil são atualmente de US$ 3,8 bilhões e cerca de 80% deles estão no setor de automóveis, mas Park defendeu que as empresas de seu país podem encontrar outras oportunidades no mercado nacional.

Foram assinados dez acordos internacionais entre os dois países durante a visita da líder sul-coreana nas áreas de economia, comércio, energia, ciência e tecnologia, saúde e educação.

A passagem de Park pelo Brasil será concluída neste sábado, também em São Paulo, onde ela se reunirá com representantes da comunidade sul-coreana no país, formada por cerca de 50 mil pessoas radicadas especialmente na capital paulista.

Essa será a última atividade oficial do tour realizado por Park na América do Sul nesta semana. A presidente também esteve na Colômbia, no Peru e no Chile antes de vir ao Brasil. EFE

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