Indústria pesqueira não reconhece o trabalho da mulher, segundo relatório
Roma, 19 mai (EFE).- A indústria pesqueira segue dominada por homens e as mulheres quase não ocupam cargos de direção, recebem menores salários e cumprem funções secundárias, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pela Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Enquanto os homens manejam as capturas de pescado, o estudo assinala que as mulheres no mundo todo, que representam quase metade da mão-de-obra do setor, costumam se dedicar mais às tarefas de processamento, venda local e simples apoio, limpeza de embarcações e transporte de mercadorias aos mercados.
“Esses trabalhos são mal remunerados normalmente -em alguns casos nem sequer são pagos- e sua contribuição à economia, ao emprego e à segurança alimentar é menos reconhecida”, diz o texto.
Além disso, as mulheres que querem trabalhar na pesca em alguns países em desenvolvimento não têm acesso ao crédito e nem podem ter sua própria embarcação ou terra para realizar as capturas ou a aquicultura.
Segundo os números apresentados, das cem principais empresas de marisco no mundo, só uma delas tem à frente uma mulher como diretora-executiva.
O responsável de Pesca da FAO Audun Lem sustentou em comunicado que “atualmente quanto mais alto se olha na indústria, menos mulheres são vistas”, por isso que chamou as empresas a atrair pessoas mais capacitadas, incluídas as mulheres, para aumentar a produção de maneira sustentável.
Precisamente essa agência das Nações Unidas trabalha com companhias, associações e universidades para criar uma nova rede que atraia mais mulheres à indústria do marisco.
O relatório destaca que aumentar a igualdade de gênero na pesca é importante para a segurança alimentar, já que as mulheres fornecem recursos e comida a seus lares, ao mesmo tempo que em nível global podem contribuir ao aumento da produção sustentável de pescado para alimentar uma população em crescimento.
A FAO estima que essa produção deverá aumentar entre 20 e 30 milhões de toneladas a cada ano para cobrir as necessidades em um setor, que emprega mais de 120 milhões de pessoas no mundo. EFE
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